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Novo fundo da SP Ventures chega a R$ 130 milhões de olho nas agtechs

O fundo AgVentures II recebeu aportes da Adisseo, da Mosaic e de family offices brasileiros. A meta é investir em até 20 startups nos próximos três anos

 (SP Ventures/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 22 de dezembro de 2020 às 06h00.

A gestora SP Ventures, especializada em startups do agronegócio, fechou uma nova rodada de captação para o seu segundo fundo, o AgVentures II, que chegou a marca de 130 milhões de reais. Investiram as companhias Adisseo, de nutrição animal, e a Mosaic, de produtos químicos, além de family offices brasileiros e produtores de grãos. O fundo havia sido lançado em julho, com 90 milhões de reais captados, e pode chegar a 300 milhões.

Em nota, a Adisseo, que já havia investido em startups na Europa e na Ásia, reconheceu o potencial do Brasil e da América Latina na produção global de carne. Já a Mosaic disse que seu investimento faz parte de uma estratégia de promoção de inovação e de novas tecnologias agrícolas emergentes.

Esse é o primeiro fundo da SP Ventures, gestora fundada em 2007, que foca em outros países da América Latina além do Brasil. O objetivo é que, nos próximos três anos, pelo menos 20 startups da região recebem cheques iniciais de 500.000 a 3 milhões de dólares. Parte do dinheiro será reservado para investimentos futuros nas empresas do portfólio que apresentarem bons resultados. 

Segundo o sócio fundador Francisco Jardim, dentro do universo de agtechs, não existe um perfil específico de startup procurada pela SP Ventures, mas empreendedores comprometidos, que atuam em um mercado grande e tem uma tecnologia inovadora são bons candidatos. “Podem ser desde soluções de computação em nuvem, até drones, blockchain e biotech”, diz o sócio.

Uma das grandes preocupações da SP Ventures no novo fundo é que as investidas atendam a seus critérios de ESG. A gestora estruturou um modelo de due diligence que considera os fatores de sustentabilidade de cada empresa na hora de investir. Startups que ajudem a aumentar a produtividade da terra, reduzir o consumo de água e otimizar o uso de insumos, por exemplo, serão beneficiadas. 

Por ser um fundo especializado no agronegócio, Jardim diz que ele e seus 13 funcionários participam ativamente do dia a dia das companhias investidas. “Fazemos ligações semanais, participamos do recrutamento, das decisões comerciais. Respiramos o dia todo o agronegócio”, diz o investidor.

Desde o lançamento do segundo fundo, em agosto, a gestora já investiu em três startups. A primeira, a Agrofy, é um marketplace argentino de produtos agrícolas; a segunda, chamada Leaf, oferece infraestrutura de dados para a agricultura; e a terceira, a Traive, cria soluções financeiras para a cadeia agrícola.

Justamente o comércio eletrônico, os serviços financeiros e as plataformas de gestão são as principais apostas de Jardim para o futuro das agtechs. “É um setor que chegou atrasado na revolução digital, mas que se acelerou muito durante a pandemia”, afirma. 

 

 

 

 

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