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Sodiê Doces abrirá loja em Orlando, nos Estados Unidos

Rede de bolos e salgados passou das 300 unidades no Brasil. Agora, aposta em um mercado para lá de competitivo

Cleusa Maria, da Sodiê Doces: rede irá abrir loja em Orlando entre março e abril deste ano (Sodiê Doces/Divulgação)

Cleusa Maria, da Sodiê Doces: rede irá abrir loja em Orlando entre março e abril deste ano (Sodiê Doces/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2019 às 16h02.

A Sodiê Doces é a mais nova rede brasileira a tentar a sorte no mercado americano. A rede de franquias de bolos e salgados planeja a inauguração de uma de suas confeitarias na cidade de Orlando (Flórida).

A unidade, prevista para abrir entre março e abril deste ano, terá cerca de 200 metros quadrados e trará tanto sabores brasileiros quando ingredientes mais próximos dos consumidores locais, como a pasta americana.

No Brasil, a Sodiê possui 311 unidades em operação, cinco delas próprias. Segundo Cleusa Maria da Silva, proprietária da Sodiê Doces, a ideia para a expansão internacional surgiu em 2014. Consumidores que já haviam se mudado ou planejavam se mudar para os Estados Unidos pediam a abertura de uma confeitaria por lá.

A rede deixou essas sugestões de lado para focar no crescimento nacional, o que incluiu uma fábrica própria de salgadinhos. A Sodiê Doces retomou o projeto apenas no ano passado, com estudos sobre matérias-primas existentes no país e qual seria o processo de exportação. O negócio montou sua estratégia, encontrou uma franqueada que iria se mudar para Orlando e achou um ponto comercial na International Drive.

O fornecedor dos ingredientes será majoritariamente a gigante de alimentos Nestlé, que já fornece matérias-primas para as unidades brasileiras.

Outros produtos, mais regionais, estão sendo estudados para exportação aos Estados Unidos. Enquanto as confeitarias brasileiras têm mais de 90 sabores no cardápio, as americanas deverão ter entre 40 e 50 opções. Outra questão a ser resolvida antes da abertura é a produção dos salgadinhos, que deverá ser feita na própria unidade por enquanto.

“Vamos ter os brasileiros que visitam ou moram como primeira base de sustentação financeira, mas temos de fazer algo que seja do gosto dos americanos também. Não podemos esperar que eles se adaptem ao nosso negócio”, diz Silva.

Bolo da Sodiê Doces

(Sodiê Doces/Divulgação)

O investimento inicial para abrir uma loja da Sodiê Doces nos Estados Unidos é de 250 mil dólares (na cotação atual, 930 mil reais). Para uma confeitaria no Brasil, o investimento inicial é de 450 mil reais.

O faturamento médio mensal da unidade americana é projetado em 55 mil dólares no primeiro mês de operação e de 70 mil dólares após seis meses. A taxa de lucratividade ficará entre 15 a 18%, porcentagem similar às das unidades brasileiras, que faturam entre 50 mil e 150 mil reais. O prazo de retorno do investimento é de 36 meses.

Até o final deste ano, a Sodiê Doces espera abrir outra loja nos Estados Unidos. “Não temos uma grande ambição ainda. Vamos esperar os resultados da primeira unidade e da marca por lá, inaugurando conforme a demanda”, afirma Silva.

Vida difícil em terras estranhas

A euforia dos empreendedores brasileiros com o mercado americano começou há alguns anos, no início da crise econômica brasileira. A possibilidade de se tornar um cidadão americano também pesou na decisão de investimento de alguns empresários. Henrique Tsukamoto, consultor sênior no escritório de Miami da consultoria de internacionalização Drummond Advisor, apontou anteriormente a EXAME um crescimento de 20 a 25% na expansão de negócios brasileiros de alimentação aos Estados Unidos nos últimos anos.

Marcas como Coco Bambu, Madero e Paris 6 acreditaram no sonho de ir até Miami, outra cidade no estado da Flórida, mas a realidade decepcionou. As praias e as multidões de turistas escondem um cenário difícil: o mercado de Miami é dominado por concorrentes estabelecidos, o investimento é alto, o câmbio joga contra, e quem não se preparar para a baixa temporada pode ficar no prejuízo por boa parte do ano.

As redes mencionadas encerraram suas operações e decidiram voltar a apostar no mercado brasileiro, especialmente com sinais de recuperação econômica.

Alguns especialistas defendem começar pequeno e testar aos poucos a resposta do mercado, enquanto outros afirmam que só é possível ganhar espaço no competitivo mercado americano com o poder da escala, investindo na criação de uma rede. A Sodiê Doces é o caso mais recente para testar quais dessas estratégias é a correta para vencer na Flórida.

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