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Selic é janela de oportunidades para startups - e é preciso correr

A taxa básica de juros mais baixa da história faz com que os olhos dos investidores se voltem aos negócios inovadores. É bom aproveitar

 (SIphotography/Thinkstock)

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Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 18 de maio de 2018 às 06h00.

Última atualização em 18 de maio de 2018 às 06h00.

São Paulo - Na última reunião do Copom, o comitê de política monetária do Banco Central, foi decidido que a Selic continua a ter seu menor patamar desde 1999, início da série histórica: 6,5% ao ano. O Banco Central surpreendeu o mercado com essa decisão, já que a expectativa era cortar ainda mais os juros. Mesmo assim, temos um número histórico de juro baixo.

Para os empreendedores, essa é uma bela janela de oportunidades - e ela não deve ficar aberta por muito tempo. Em 2019, as previsões indicam que a Selic deve subir para 8% ao ano.

Um cenário de juros baixos pode ser a melhor oportunidade para conseguir investimento na sua startup, afirma Alan Leite, CEO da aceleradora Startup Farm.

Para entender o porquê, é preciso saber que todo investidor analisa duas variáveis: risco e retorno. Quando a taxa básica de juros estava lá em cima, títulos públicos traziam bom retorno a um baixo risco. Agora, a história é outra: quem quiser aumentar seus rendimentos terá de fazer apostas mais ousadas.

“Recentemente falei com um investidor que percebeu o humor melhorar no mercado de fusões e aquisições, com maior interesse na equação de maior risco e maior retorno”, afirma Leite. “Esperamos ver em pessoas físicas e jurídicas mais capital disponível para o ecossistema de startups.”

Dos anjos ao private equity

Os chamados “anjos” já começaram a olhar mais para as startups - e os empreendedores devem começar a marcar conversas. Os fundos, por outro lado, só podem aportar em startups se isso fizer parte das suas teses de investimentos. Afinal, seus cotistas os escolhem com base na estratégia prometida.

Fundos de venture capital e private equity são exemplos de entidades que aportam em empresas, das maiores às nascentes. Diferentemente das pessoas físicas, eles abrem rodadas de capital em períodos definidos e investem quantias maiores.

“Há uma demora maior de adoção do investimento em startups nos fundos, justamente por analisarem o encaixe entre empresa e tese do fundo e por fazerem rodadas periódicas. Eles vão demorar alguns meses ou até um ano para realmente incorporar a estratégia de investir mais nos negócios de risco.”

Para o CEO da Startup Farm, os recursos para as startups brasileiras ainda vêm muito de investidores locais, que observam de perto a rentabilidade da taxa básica de juros.

Ainda que fundos de venture capital e private equity globais cada vez mais olhem para a América Latina e particularmente para o Brasil, na visão de investidores como Manoel Lemos, da Redpoint eventures, vale ficar atento para a oportunidade proporcionada pela baixa na Selic com investidores nacionais - especialmente nas startups que querem fazer rodadas menores, como a semente e o Série A.

Quero captar. E agora?

Segundo Leite, a grande dica para as startups que estão no momento de captar aportes é buscar relacionamento com pessoas que tenham o perfil de investimento certo - queiram aportar em startups e, especialmente, no seu mercado.

“Depois, apresentem uma tese de retorno do investimento muito clara. Os investidores sabem que esse é um mercado de risco, mas mesmo assim esperam um potencial de volta do dinheiro aportado”. Em terra de retornos menores, é hora de colher os louros do risco.

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