Empreendedora: o Sebrae desembolsou R$ 1,6 milhão para buscar 70 empresas (35 delas em cada Estado) e iniciar um plano de tutoria personalizado (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2015 às 10h57.
São Paulo - Uma indicação de que os programas que viabilizam o apadrinhamento de startups por grandes empresários podem se popularizar no Brasil é o novo investimento do Sebrae.
A instituição acaba de fechar contrato com a Endeavor, ONG global de fomento ao empreendedorismo, para pôr em prática aquele que pode ser o primeiro grande ciclo de mentorias pelo País.
Voltada para empresas de alto crescimento - aquelas que aumentaram em pelo menos 20% ao ano o número de empregados, por um período de três anos consecutivos -, o plano do Sebrae é atingir mil negócios com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões em 2015.
A lista de regiões que receberão o programa não está fechada, mas muito provavelmente contemplará São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e os Estados da Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
Um piloto do que deve ser o projeto já está em operação, inclusive, em Santa Catarina e no Paraná.
O Sebrae desembolsou R$ 1,6 milhão para buscar 70 empresas (35 delas em cada Estado) e iniciar um plano de tutoria personalizado, que busca organizar a gestão financeira, operacional e o posicionamento dos negócios de acordo com o mercado de atuação de cada um.
"A gente começou a trabalhar a ideia em dezembro do ano passado e, no começo de 2015, selecionamos as empresas que, de alguma forma, já participavam ou participaram de nossos programas avançados de treinamento, como o Sebraetec", afirma Luiz Barreto, presidente do Sebrae nacional.
"As empresas integram o programa por mais ou menos seis meses. Nesse tempo, a ideia é que cada negócio tenha pelo menos de seis a oito pontos de contato conosco, que contemplam mentorias coletivas e individuais", afirma Juliano Seabra, diretor-geral da Endeavor, que vai disponibilizar sua rede de aproximadamente 1 mil mentores - empreendedores, professores e executivos que atuam voluntariamente na organização.
"No piloto do Paraná e de Santa Catarina, teremos a participação do Romero Rodrigues, fundador do Buscapé Company, que vai realizar mentoria coletiva", afirmou Juliano.
Prática
"Acho que o principal do programa, até agora, foi nos ajudar com ideias para a gestão da nossa empresa", afirma Victor Levy, um dos participantes do programa-piloto.
Ele trabalha, desde 2011, para dar projeção para a sua startup lançada em Florianópolis, a CataMoeda.
O negócio fabrica máquinas que permitem que o cliente troque suas moedas por bônus oferecidos pelos estabelecimentos comerciais.
Para Wagner Elias, dono de uma empresa de segurança cibernética em Curitiba, a Conviso, o programa do Sebrae deve ajudá-lo a buscar investidores.
"Passamos por uma mentoria voltada para nossa gestão financeira e eles nos fizeram pensar grande.
Acho que nos impulsionaram a conhecer mais o nosso mercado e nossos diferenciais para apresentarmos melhor a nossa empresa aos investidores", destaca Elias, que observa no relacionamento uma outra vantagem da mentoria.
"O empreendedor no Brasil é um pouco solitário. A troca de experiências é muito válida." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.