Rodolfo Ohl: gerente de operações da ClassPass no Brasil diz que a empresa tem estratégia agressiva para se expandir pelo país (ClassPass/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 9 de janeiro de 2020 às 17h09.
A plataforma de atividades físicas ClassPass, fundada em 2013, se tornou o mais novo unicórnio, com avaliação de mercado de mais de 1 bilhão de dólares. A empresa, que oferece planos de assinatura para acesso em diversas academias, anunciou ontem ter recebido um aporte de 285 milhões de dólares.
Esta foi uma rodada de investimentos de série E, liderada pelos fundos L Catterton e Apax Digital. Além do capital, os fundos de investimentos destacaram dois sócios-gerentes para integrar o conselho administrativo da ClassPass: Marc Magliacano, do L Catterton, e Daniel O’Seefe, da Apax.
“Esse investimento é um marco significativo que reforçará nossa missão de ajudar as pessoas a permanecerem ativas e gastarem seu tempo de maneira significativa”, afirmou em nota Payal Kadakia, fundadora e presidente do conselho da companhia.
Com o aporte, a empresa norte-americana planeja continuar sua expansão internacional, com foco principalmente na Europa e na América Latina. Atualmente, a ClassPass atua em 28 países, tem um portfólio com mais de 1.000 clientes corporativos e uma equipe de 650 funcionários, 20 dos quais no Brasil. Entre as principais companhias globais atendidas pela ClassPass estão: Facebook, Google e Southwest Airlines.
A operação brasileira foi iniciada em dezembro de 2019, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Rodolfo Ohl, gerente da operação brasileira da companhia, conta que a empresa está entusiasmada com o potencial do país. “São Paulo foi a cidade do mundo em que a ClassPass conquistou mais parceiros em menor tempo”, diz.
O primeiro mês de operação, segundo Rodolfo, foi muito animador e fez a presidência da empresa apostar suas fichas no país como ponto estratégico de crescimento na América Latina. A ClassPass quer operar também no México, Argentina, Colômbia, Peru e Chile.
O investimento vai ajudar a startup a concretizar seu plano de que o Brasil seja, até o final do ano, seu terceiro maior mercado global, atrás dos Estados Unidos e do Reino Unido. Para isso, a empresa se organizou para expandir as parcerias nas cidades em que já atua e entrar o quanto antes em outras capitais do país.
Modelo de negócio
A plataforma da ClassPass oferece planos individuais mensais, que vão de 35 reais a 499 reais por mês. Os pacotes compram um determinado número de créditos na plataforma, que podem ser trocados em diferentes academias e estúdios, assim como em serviços como massagens, acupuntura, tratamentos de spa, hidroterapia e até manicure.
Para os parceiros comerciais, o aplicativo, além de se aproximar dos clientes, ajuda a regular o fluxo de alunos. Em momentos de baixa demanda da academia ou estúdio, o número de créditos cobrado dos clientes diminuiu. Em horários de pico, o valor aumenta.
Por enquanto, a empresa vende, no Brasil, apenas pacotes para consumidores individuais e as vendas do serviço para empresas que desejam oferecer o benefício aos funcionários ainda não começaram no país, mas estão no radar da ClassPass. Quando se iniciarem, a norte-americana irá competir pelo mercado corporativo com a Gympass, startup brasileira que se tornou unicórnio em junho do ano passado.
Até lá, Rodolfo diz que o principal concorrente da empresa é a inatividade. “O Brasil é o país do mundo com o segundo maior número de academias, mas a taxa de penetração entre a população é baixa. Nosso desafio é fazer as pessoas criarem hábitos saudáveis.”