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Redução de juros favorece pequenos negócios

Medidas anunciadas pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ainda estimula concorrência bancária, avalia diretor-técnico do Sebrae

O BB elevou em R$ 26,8 bilhões o montante de crédito oferecido para as micro e pequenas empresas (MPE)  (Pedro Zambarda/EXAME.com)

O BB elevou em R$ 26,8 bilhões o montante de crédito oferecido para as micro e pequenas empresas (MPE) (Pedro Zambarda/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2012 às 16h28.

Brasília – Juros menores, maior oferta de crédito e prazo de pagamento alongado para micro e pequenas empresas. A iniciativa do Banco do Brasil (BB) e da Caixa Econômica Federal (CEF) de diminuir os spreads bancários- diferença entre as taxas de juros pagas na captação dos recursos e as cobradas dos clientes - afeta positivamente os pequenos negócios. A avaliação foi feita pelo diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, ao destacar a importância das medidas para estimular a competição entre os bancos e fortalecer os pequenos negócios.

O BB elevou em R$ 26,8 bilhões o montante de crédito oferecido para as micro e pequenas empresas (MPE) e diminuiu em 15%, em média, as taxas de juros para essas empresas. As iniciativas, reunidas no Programa Bom para Todos, estão alinhadas com a intenção do governo federal de incentivar a produção nacional.

A CEF acompanhou a tendência de redução do spread e lançou na segunda-feira (09) medidas de redução dos juros para as MPE e pessoa física. Os cortes impactam as linhas de capital de giro para as empresas de pequeno porte, cujas taxas cairão de 2,72% ao mês para 0,94%.

As iniciativas do BB e da CEF estão no rumo certo para estimular a produção e a geração de emprego, assinala Carlos Alberto, para quem a redução das taxas deve ser acompanhada por outras instituições financeiras. “Acredito que possam ser acompanhadas por todo o sistema financeiro, na medida em que há possibilidade de redução dos spreads”, disse o diretor-técnico do Sebrae.


Carlos Alberto recomenda, no entanto, que as MPE adotem práticas de gestão financeira eficientes para que o crédito adquirido sirva, efetivamente, para impulsionar os negócios. “O custo do capital utilizado no processo produtivo vai diminuir, mas os pequenos negócios precisam avaliar o acesso ao crédito dentro de um planejamento financeiro adequado, que demonstre a compatibilidade entre o endividamento e a capacidade de inserção da empresa no mercado”, aconselhou.

Medidas de estímulo

No início do mês, a presidente Dilma Rousseff anunciou medidas de estímulo à produção como a desoneração da folha de pagamentos e a oferta de crédito mais barato pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com Carlos Alberto dos Santos, o pacote do governo federal deve estimular a economia e terá reflexos para as MPE, ainda que indiretos. “Apesar de estarem voltadas principalmente às grandes empresas, as medidas são muito positivas porque impulsionam a contratação e o consumo de produtos nacionais, assim como dinamizam a economia como um todo, o que é excelente para os pequenos negócios”, destaca.

O modelo escolhido pelo governo para diminuir custos na contratação de mão de obra desvincula os encargos patronais previdenciários da folha de pagamento e os associa ao faturamento das empresas. “A desoneração é positiva porque flexibiliza, conforme as variações do mercado, o valor pago pela contratação de empregados. Assim, o empresário em dificuldades acaba pagando menos, enquanto o que estiver crescendo, paga mais”, explicou o diretor.

Em relação às MPE, Carlos Alberto dos Santos disse que “já são beneficiadas com a desoneração da folha promovida pelo Simples Nacional, desde julho de 2007. Do ponto de vista dos pequenos negócios, trata-se da grande reforma tributária feita no país”. Cerca de 6,1 milhões de micro e pequenas empresas brasileiras estão enquadradas nesse regime especial de tributação.

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