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Quero ter um negócio. Como encontrar o setor certo para mim?

Veja uma lista do que considerar antes de escolher o setor de atuação do seu novo negócio.

Mulher com dúvida (eternalcreative/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2016 às 15h00.

Dúvida do internauta: Quero ter meu próprio negócio, mas ainda não sei em que setor. Já pensei em muitas coisas: beleza, comida, barzinho, bordados e roupas. Como encontrar o negócio certo para mim?

Respondido por Antônio Carlos Guarini Perpétuo, especialista em empreendedorismo

Esta é uma questão crucial para o sucesso de todo empreendedor, mas com frequência costuma ser relegada a segundo plano. A escolha de um setor deve ser uma decisão consciente, analisada sobre variados aspectos, e não resultado apenas de uma ideia ou vontade.

Escolher um modelo de negócio para empreender realmente não é tarefa das mais simples. É muito comum o empreendedor se agarrar a seus primeiros insights, mas isto deve ser evitado a todo custo.

Nesta escolha, o setor deve fazer sentido para o empreendedor, deve ser uma atividade com a qual ele se identifique e tenha prazer. Se o empreendedor não tem paixão por cozinhar ou comer, abrir um restaurante é meio caminho para o fracasso. Isso porque os desafios da vida empreendedora são enormes e demandam muita resiliência e automotivação, habilidades impossíveis de serem mantidas se o empreendedor não estiver altamente identificado com a atividade, com o dia a dia do negócio.

Mesmo que a ideia inicial tenha que ser completamente reformulada para o sucesso do negócio, a atividade deve continuar sendo atrativa ao empreendedor. Se for preciso adaptar um projeto de cozinha árabe para cozinha italiana, mas isto tira o sentido do negócio para o empreendedor, é porque não há identificação com o setor, apenas apego a uma ideia, e isto será fatal.

Também é muito importante que o negócio esteja alinhado aos valores e ao projeto de vida do empreendedor, levando em conta, claro, o curto e o longo prazo. Neste ponto, deve-se explorar o maior número de aspectos possíveis. Olhando para o exemplo dos restaurantes: se o expediente (que inclui compras durante a madrugada e trabalhos aos domingos e feriados), e o relacionamento com os clientes nas mesas (que inclui receber elogios e também reclamações despropositais) não estão dentro do perfil da pessoa, é melhor não prosseguir.

Vamos agora analisar outros aspectos importantes para a escolha do modelo de negócios:

Tamanho do negócio – as projeções de faturamento e lucro atendem às expectativas? Se o empreendedor espera um dia ter uma renda mensal de 100 mil, não deve abrir um negócio com potencial para 10 mil. Invista em um negócio com potencial à altura de seus sonhos.

Ambiente empresarial – se há muita informalidade e concorrência desleal no setor, isso inviabiliza o desenvolvimento de qualquer negócio sadio e perene. Fuja disso.

Nível de dedicação – uma vez que o modelo de negócio estiver maduro, ele permitirá que o empreendedor se afaste da linha de frente? Qual a dependência do modelo em relação à sua pessoa? A atividade vai morrer ou gerar valor, abrindo perspectivas para sucessão e venda no futuro?

Vida familiar – quais os impactos que a empresa pode causar à família do empreendedor? O empreendedor e a família estão conscientes e concordam com todos os aspectos do negócio, do risco ao grau de sacrifício inicial? Este aspecto é fundamental, pois sem o apoio da família os desafios a serem superados se agigantarão.

Grau de conhecimento do setor – as chances de sucesso são muito maiores quando o empreendedor conhece o setor em profundidade. Caso contrário, deve contar com alguém que tenha experiência e conhecimento necessários, a partir da fase inicial da construção do plano de negócios. Se isso não for possível, o próprio empreendedor pode desenvolver o conhecimento e até mesmo trabalhar, por alguns meses, como empregado no setor.

Outro fator crucial é entender o momento e a tendência do setor escolhido. Setores maduros, com muitos concorrentes estabelecidos, dificultam a diferenciação e reduzem as margens, pois normalmente a guerra é por preços. É o chamado oceano vermelho. Setores com poucos competidores e no início de tendências de mercado são ótimos, pois permitem que se agregue valor aos produtos e serviços, proporcionando ótimas margens de lucro. É o chamado oceano azul.

Bons negócios.

Antônio Carlos Guarini Perpétuo é dono da rede de franquias Supera Ginástica para o Cérebro.

Envie suas dúvidas sobre empreendedorismo para pme-exame@abril.com.br.

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