Como começar a investir: aprenda o passo a passo (eternalcreative/Thinkstock)
Mariana Desidério
Publicado em 16 de novembro de 2016 às 15h00.
Última atualização em 16 de novembro de 2016 às 15h00.
Qual o momento certo de elaborar o plano de negócio de um empreendimento?
Há pouco tempo, começava-se a elaborar um plano de negócios praticamente no momento em que se tinha a ideia do empreendimento. Com isso, gastava-se um bom tempo aperfeiçoando o plano, sem se ter muitas certezas em relação a algumas variáveis que impactam o negócio. O máximo de interação que se obtinha com o consumidor final era por meio de pesquisas de mercado, muitas vezes sem bases muitos sólidas.
A partir de meados da década passada, aparece o movimento lean startup, ou startup enxuta, preconizado principalmente por Steve Blank e Eric Ries. Segundo este movimento, o empreendedor não deve começar seu empreendimento por um plano de negócios. Antes, ele deve elaborar uma série de premissas (público alvo, canal de distribuição, proposição de valor, entre outras) e validar essas premissas junto a um potencial consumidor final.
Com base nessas validações, ele elabora um produto minimamente viável, ou seja, uma versão mais básica do seu produto (mas não necessariamente ruim ou cheia de defeitos) e a testa diretamente com o consumidor. A partir do feedback desses consumidores, o empreendedor vai melhorando seu produto, adaptando-o às necessidades de sua clientela.
E onde entra o plano de negócios?
Na verdade, o plano de negócios entra em um momento posterior ao da criação do negócio, quando o produto (ou o serviço) já foi testado, o público alvo já foi definido e o desafio maior é escalar o negócio, ou seja, levá-lo a um maior número de consumidores.
Nesse momento, é bem provável que o empreendedor vá precisar de um investidor. Em geral, investidores gostam de ver um plano de negócio a fim de ajudá-lo a decidir se o investimento deve ou não ser realizado. No plano, o investidor vai encontrar uma série de informações, tais como estratégias de marketing, perfil das pessoas que irão trabalhar no negócio, indicadores financeiros, entre outros.
Como as premissas básicas já foram validadas por meio do produto minimamente viável, a chance do plano de negócios ser uma peça de ficção, como era comum antes do movimento lean startup, é seguramente bem menor.
Tales Andreassi é coordenador do Centro de Estudos em Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV/EAESP e vice-diretor da escola.
Envie suas dúvidas sobre plano de negócio para pme-exame@abril.com.br.