Brasília - Apoiar e transformar pequenos produtores de móveis da região amazônica em empresários do setor moveleiro, agregando recursos tecnológicos e inovação a seus produtos. Este é o objetivo do programa Rede de Serviços Tecnológicos (RST), fruto de um acordo de cooperação assinado entre os governos brasileiro e italiano.

O programa, que começou a ser operacionalizado em 2009, é realizado em parceria pelo Sebrae, BID/Fumin (Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o Centro de Serviços Tecnológicos da Região de Marche (Cosmob), da Itália.

A RST este apoiando cerca de 600 micro e pequenas empresas moveleiras dos pólos de Manaus e Belém, das quais 90% estavam na informalidade. De acordo com Ismael Gilio, especialista do BID, aproximadamente 5 mil pessoas estão sendo beneficiadas direta ou indiretamente pelas ações do programa.

0s empresários estão recebendo consultorias nas áreas de gestão, processos, comercialização, design e inovação, entre outros. Quatro designers de Belém foram selecionados para fazer curso de sete meses na Itália e atender as empresas. Os resultados já começam a aparecer em novas peças de móveis e melhorias de produtos já existentes.

Marco
Um balanço das ações da RST foi tema de workshop ocorrido, nesta quinta-feira (09), na Embaixada da Itália, em Brasília, que contou com a participação de aproximadamente 50 pessoas envolvidas na realização do programa.

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“Esse seminário se coloca como marco no desenvolvimento das relações entre a Itália e o Brasil ao longo do último ano, especialmente nas relações políticas, industriais e comerciais”, afirmou o embaixador italiano no Brasil, Gherardo La Francesca. A Itália conta com 5 milhões de micro e pequenas empresas, tendo talvez a maior densidade de pequenos negócios do mundo, segundo ele. “As MPE italianas podem ser parcerias das MPE brasileiras no setor moveleiro”, ressaltou o embaixador.

Para José Claudio dos Santos, diretor de Administração e Finanças do Sebrae, a parceria com o governo italiano já faz parte da história da Instituição. “Essa parceria vem ocorrendo em diversos setores, como o de turismo, metal-mecânico e moveleiro, envolvendo várias regiões da Itália”, disse ele.

O diretor também ressaltou a relevância da parceria com o BID e Cosmob para as MPE da área de móveis – particularmente por estar focada em inovação e tecnologia – e o momento virtuoso do Brasil. “A situação política e econômica do País é bastante favorável ao desenvolvimento das MPE”, acrescentou.

Ele destacou, ainda, a Copa do Mundo 2014, as Olimpíadas 2016 e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como eventos que vão criar oportunidades para as micro, pequenas, médias e grandes empresas, nos próximos anos. “Oportunidades existem para aqueles que estiverem preparados tecnologicamente, com produtos diferenciados e com inovação”, afirmou o diretor.

Articulação
Neudo Tavares, diretor da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e presidente do Sindimóveis/PA (Sindicato da Industria Moveleira do Pará) resssaltou a articulação entre diversas entidades como a principal virtude da RST. “Sempre existiram projetos voltados ao setor de madeira e móveis no Pará, mas todos eram iniciativas isoladas de cada instituição e os resultados eram pouco significativos”, declarou. “Com a RST, foi possível reunir no mesmo ambiente o setor produtivo, acadêmico, instituições brasileiras e internacionais com o único objetivo de desenvolver o setor de madeira e móveis.”