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Prince foi um patrono secreto da energia solar

Tudo começou em uma conversa, em 2011, entre Prince e seu amigo Van Jones, quando o músico perguntou o que ele faria se tivesse US$ 250 mil

Prince: ele ajudou a transformar Oakland, que fica defronte da Baía de São Francisco, em um núcleo para o financiamento de tecnologia limpa (Mike Blake/Reuters)

Prince: ele ajudou a transformar Oakland, que fica defronte da Baía de São Francisco, em um núcleo para o financiamento de tecnologia limpa (Mike Blake/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2017 às 18h57.

Nova York - Antes de seu repentino falecimento há um ano, o músico pop Prince fez um investimento em energia verde que agora está ajudando startups voltadas à energia solar a suportar os ataques do presidente dos EUA, Donald Trump.

Tudo começou em uma conversa, em 2011, entre Prince e seu amigo Van Jones, um comentarista da CNN e defensor dos direitos humanos da Califórnia que atuou como assessor sobre empregos ecológicos do ex-presidente dos EUA Barack Obama.

“Ele perguntou: ‘Se eu tivesse US$ 250.000, o que eu poderia fazer com isso?’”, relembrou Jones em uma entrevista. “Minha esposa disse que ele deveria encher Oakland de painéis solares.”

Isso levou à criação da Powerhouse, uma das poucas incubadoras com fins lucrativos dedicadas a reunir empreendedores do setor de tecnologia ecológica com investidores.

A companhia ajudou 43 startups a se erguerem em uma época em que o financiamento com capital de risco para as fontes de energia renováveis despencou e em que Trump batalha para cortar os fundos do Departamento de Energia dos EUA (DOE, na sigla em inglês) destinados a entidades em estágios iniciais.

O caso exemplifica o quanto as empresas inexperientes de tecnologia solar dependem do capital semente de investidores-anjo, fundações e family offices.

E ele ajudou a transformar Oakland, que fica defronte da Baía de São Francisco, em um núcleo para o financiamento de tecnologia limpa, sendo que 13 companhias e seis organizações do setor trabalham perto do escritório da Powerhouse.

Com uma doação de Prince, Jones convocou Billy Parish, fundador e CEO da Solar Mosaic, na época uma novata que fornecia empréstimos por meio do financiamento coletivo no Arizona, EUA. Parish transferiu a Solar Mosaic para Oakland, onde conheceu Emily Kirsch.

Ela era uma defensora dos empregos ecológicos no Centro de Direitos Humanos Ella Baker, uma organização sem fins lucrativos que Jones ajudou a fundar.

Kirsch trabalhou com a Solar Mosaic em seus primeiros quatro projetos, até que teve a ideia de ganhar dinheiro ajudando empresas jovens.

“Como meu apoio podia ajudar uma companhia, o que aconteceria se nossa rede pudesse ajudar 10 ou 50 companhias?”, disse Kirsch, 31.

E foi aí que a história chegou ao fim para Prince, que morreu em abril de 2016 aos 57 anos. Jones disse que Prince queria que seu envolvimento permanecesse anônimo.

O primeiro lar da Powerhouse foi o escritório de outra empresa solar emergente, a Sungevity. A Mosaic, uma das primeiras empresas da Powerhouse, também tinha sede lá na época.

A incubadora surgiu enquanto o capital de risco desaparecia depois de investimentos deficitários em startups de manufatura solar e de biocombustíveis.

O capital de risco forneceu US$ 4,3 bilhões para a energia não poluente no ano passado, menos de um décimo do recorde de US$ 50,2 bilhões em 2007, de acordo com a Bloomberg New Energy Finance.

Trump sinalizou que deseja cortar o capital semente oriundo dos programas do DOE e isso provavelmente reduzirá o número de investidores dispostos a financiar o setor. Uma porta-voz do DOE preferiu não comentar.

Mesmo assim, a Powerhouse está prosperando. Kirsch disse que a incubadora está ganhando dinheiro, mas preferiu não revelar quanto.

Cerca de metade dos empreendimentos financiados foram fundados por mulheres e minorias, mais do que o padrão do setor, disse Kirsch.

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