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Portugal anuncia novo visto de residência só para empreendedores

O país segue o exemplo de países como Estados Unidos e Nova Zelândia e dá a oportunidade de boas startups serem criadas ou movidas para terras portuguesas.

Lisboa, em Portugal: passado sombrio é tema de tour (SeanPavonePhoto/Thinkstock)

Lisboa, em Portugal: passado sombrio é tema de tour (SeanPavonePhoto/Thinkstock)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 11 de novembro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 11 de novembro de 2017 às 08h00.

São Paulo – Quem quiser empreender fora do Brasil, agora, nem será obrigado a falar outro idioma. Portugal se juntou à lista de países que darão vistos especiais de residências a quem quiser empreender no país, assim como os vistos dos Estados Unidos e da Nova Zelândia.

Nesta semana, o país anunciou o programa Startup Visa, que tem por objetivo atrair capacidade de inovação, investimento e talento para terras portuguesas. Por isso, o foco do novo visto de residência está em quem possui ou quer criar negócios de tecnologia inovadora e potencial de escalabilidade: ou seja, startups.

A novidade foi apresentada pouco antes da abertura da Web Summit 2017, evento de inovação e tecnologia que ocorreu nesta semana em Lisboa. O congresso reuniu cerca de 60 mil visitantes e milhares de investidores.

Em comunicado sobre o visto, o Ministério da Economia de Portugal afirma que o programa Startup Visa é “um dos mais inovadores a nível europeu para atração e captação de talento internacional”.

As inscrições para obter um visto de residência para criar ou mover sua startup para Portugal abrem no dia 1º de janeiro de 2018, em uma plataforma ainda a ser inaugurada.

Os requisitos para a inscrição é ter projetos centrados em conhecimento e tecnologia, com perspectiva de desenvolvimento de produtos inovadores; ter potencial para criação de emprego qualificado; e ter potencial para atingir, três anos após o período de estabelecimento, um valor de 325 mil euros ou um volume de negócios acima de 500 mil euros por ano.

A avaliação do potencial econômico e inovador de cada startup é feita com base em critérios como capacidade da equipe de gestão, escalabilidade do negócio, grau de inovação, potencial de criação de emprego qualificado em Portugal, potencial de mercado e a relevância do requerente na equipe.

Os empreendedores selecionados poderão se beneficiar, além do visto de residência, dos apoios e incentivos da rede Startup Portugal, incluindo possíveis incubações. As incubadores receberão os projetos que sejam considerados relevantes após sua inscrição na futura plataforma.

“Este programa pretende reforçar o ecossistema de inovação e afirmar Portugal como um país aberto ao empreendedorismo e a todos que com o seu conhecimento e capacidade de inovação podem trazer investimento à economia portuguesa, capaz de reforçar e potenciar os recursos humanos qualificados nacionais”, escreve o Ministério da Economia no mesmo comunicado.

O ministro português da Economia, Manuel Caldeira Cabral, discursos em um dos primeiros blocos do Web Summit e falou sobre o empreendedorismo no país.

"Acreditamos num país aberto ao investimento, aberto aos empreendedores e aberto às empresas. Achamos que a abertura é a chave para o crescimento e para uma sociedade cosmopolita", declarou o governante, segundo o jornal português Correio da Manhã.

"Temos de olhar para o crescimento de forma global e temos de incluir todos, desde logo os países em desenvolvimento e os países africanos”, completou. "Se tiverem um bom projeto e for validado, são muito bem-vindos [a Portugal] e têm residência".

O país está investindo pesado para fomentar seu ambiente empreendedor há alguns anos. Lisboa se tornou um hub para aceleradoras, incubadoras e startups criativas e tecnológicas, O ecossistema de scaleup português já tem uma taxa de crescimento duas vezes maior do que a média europeia, reporta o VentureBeat.

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