PME

Por que o Vale do Silício ainda não é aqui

Para empreendedores digitais brasileiros é preciso mudar a nossa cultura e falhar mais

Leonardo Simão, Fabrício Bloisi, Tomasz Tungus e Edson Rigonatti falaram sobre o cenário do empreendedorismo digital no Brasil (Divulgação/Endeavor)

Leonardo Simão, Fabrício Bloisi, Tomasz Tungus e Edson Rigonatti falaram sobre o cenário do empreendedorismo digital no Brasil (Divulgação/Endeavor)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2014 às 15h38.

São Paulo – Para estimular ainda mais o crescimento de empresas digitais no Brasil, empreendedores devem testar e falhar mais. Durante o painel “O Vale do Silício (não) é aqui: escalando negócios digitais no Brasil”,  do CEO Summit 2014, que acontece em São Paulo nesta quinta-feira, Leonardo Simão, fundador da Bebê Store, Fabrício Bloisi, CEO da Movile, Tomasz Tungus, CEO da Redpoint Ventures, e Edson Rigonatti, sócio da Astella Investimentos, falaram sobre o cenário do empreendedorismo digital no Brasil.

Para estimular e desenvolver um cenário empreendedor no Brasil, como o Vale do Silício, no Estados Unidos, Simão acredita que o país precisa mudar a legislação para que as empresas possam tentar, falhar e tentar de novo sem burocratização. “Lá nos Estados Unidos é muito comum tentar, falhar e não é uma coisa ruim”, afirma.

Já para Bloisi, a percepção de sucesso aqui também precisa mudar. “Fazer riqueza é bom e você não pode se sentir culpado por isso. Trabalhe muito e faça o bem”, completa.

Tungus acredita que o Brasil tem um ecossistema muito especial, um mercado enorme e com uma classe emergente com poder de compra. “Os empreendedores brasileiros têm muita paixão e ambição”, diz.

Sucesso em startups

“Dinheiro é necessário, mas não é o suficiente para crescer. Você precisa ter um time disposto a correr riscos e que crie experimentos sempre”, afirma Tungus. Segundo ele, a dica é contratar pessoas inquietas, que queiram testar coisas loucas. “Sua empresa tem que se sentir como o Ayrton Senna dirigindo em uma pista molhada de chuva”, compara.

Startups são desenhadas para crescer o mais rápido possível e é uma decisão do empreendedor investir todo o dinheiro para crescer ainda mais. “Crescimento é o oxigênio de uma empresa”, resume Bloisi. Para ele, crescer é indispensável para investir, treinar e trazer as melhores pessoas do mercado. “Promova os bons, demita os ruins e tenha pessoas que são melhores que você no seu time”, completa. 

O empreendedor acredita que muitas coisas mudaram nos últimos anos no cenário do empreendedorismo digital e somente as empresas que têm estrutura permanecerão. “Investimos em inovação, temos que ter disciplina e queremos ser global”, diz Bloisi.

Hoje, a distinção do que é offline e online está diminuindo e a chave para o sucesso de uma empresa é a experiência de compra. “A única maneira de você revolucionar um mercado é entregando o melhor serviço”, aconselha.

Tungus acredita que engajar os consumidores da sua startup é essencial para sobreviver. “É muito mais fácil manter velhos consumidores do que buscar outros novos”, explica.

Para continuar competitivo no mercado, Bloisi afirma que empresas devem investir em tecnologia e, principalmente, em tecnologia mobile. “Estou muito confiante de que as coisas vão mudar e que todo mundo irá para o mobile”, ressalta. 

Acompanhe tudo sobre:CalifórniaEmpresasLegislaçãovale-do-silicio

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar