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Por que o setor de franquias faturou R$ 163 bilhões em 2017

A Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou hoje os resultados preliminares do mercado, que cresceu 8% na comparação anual.

Empreendedora: o Brasil continua como o quarto maior país do mundo em número de franqueadoras (Foto/Thinkstock)

Empreendedora: o Brasil continua como o quarto maior país do mundo em número de franqueadoras (Foto/Thinkstock)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 14h23.

São Paulo – Mesmo diante de um 2017 de recuperação tímida, as franquias faturaram cerca de 163 bilhões de reais no ano – um crescimento de 8% em relação aos valores de 2016.

Tais resultados preliminares foram divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), em coletiva realizada hoje (11).

“O ano de 2017 foi bastante complicado em termos políticos, econômicos e de ambiente de negócios. Mas, com as melhoras dos indicadores de confiança do consumidor e do empresário nos últimos meses, pudemos crescer mesmo na adversidade”, afirma Altino Cristofoletti Jr., presidente da ABF.

Outros fatores econômicos destacados para a alta do setor são a queda da taxa básica de juros (Selic), o crescimento da atividade industrial e a leve retomada do consumo e da renda.

O Brasil segue como a quarto maior país do mundo em número de redes franqueadas e sexto maior país em número de unidades, gerando 1,2 milhão de empregos em 2017 (aumento de 1% sobre 2016).

Enquanto o número de unidades saltou 2%, chegando a 145 mil, o número de redes caiu 6%, estacionando em 2,8 mil franqueadoras. No final, há uma média 50 unidades por marca.

Para Cristofoletti Jr., a razão para os fechamentos das redes é um “processo natural ao amadurecimento e desenvolvimento do setor” – franqueadoras menos eficientes abandonam o mercado, enquanto outras prosperam e levantam os resultados do setor.

A ABF atribui o desempenho a três fatores. O primeiro é a diversificação de de canais, modelos e localização. “Hoje, o franchising é um sistema omnichannel [multicanais]. O franqueado não possui apenas sua loja física, mas pode operar também no porta a porta ou no e-commerce, por exemplo.”

O segundo ponto é a entrada em novos locais, de novos estabelecimentos – escolas, hospitais, hotéis e universidades – até outras regiões, longe das grandes capitais. São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, é um exemplo de novo polo de desenvolvimento do franchising.

Por fim, a ABF destaca o maior desenvolvimento dos multifranqueados – aqueles que possuem mais de uma unidade em operação. “São franqueados que se tornam também gestores, impulsionando o crescimento de toda a rede e auxiliando outros empreendedores.”

Expectativas

Para 2018, a ABF espera uma dinâmica similar à vista no ano passado – talvez um pouco melhor. “Percebemos que a economia está voltando a se estruturar e se descolar da instabilidade política. Por isso, esperamos melhores resultados”, afirma Cristofoletti Jr.

A projeção de aumento do faturamento de 2018 sobre 2017, por exemplo, vai de 9 a 10%. “Queremos crer que voltaremos a ter dois dígitos de crescimento”, completa o presidente da associação.

Também há uma previsão de aumento de unidades de 2%, diante de possíveis melhoras nos índices de confiança, o que também deverá puxar em 3% a geração de empregos pelo franchising. A capilaridade das redes deve ser ampliada também em 3% na comparação anual. Enquanto isso, o número de marcas, que caiu em 2017, deve se manter estável para 2018.

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