Sem ajuda: apenas 16% das pequenas empresas receberam apoio do governo e 10% de grandes companhias (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Rodrigo Caetano
Publicado em 30 de junho de 2020 às 14h00.
Última atualização em 30 de junho de 2020 às 21h50.
Na crise, as pequenas e médias empresas estão mais preocupadas com questões que envolvem seus funcionários do que com o faturamento. É o que afirma uma pesquisa realizada pelo Pacto Global da ONU, rede formada por mais de 900 companhias que tem o objetivo de disseminar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da entidade entre os empresários.
Questionados sobre os maiores desafios da empresa na pandemia, 65% dos entrevistados apontaram evitar a contaminação dos funcionários como um dos principais. A segunda resposta mais frequente foi manter os empregos, mencionada por 57%. Já manter o faturamento foi citado por apenas metade dos entrevistados.
Sobre as maiores oportunidades que a crise pode trazer para a empresa, 50% mencionaram ampliar o engajamento interno dos colaboradores. Para 46%, a diversificação dos negócios pode ser uma consequência positiva desse período difícil. Melhorar os padrões de higiene e limpeza (42%) e tornar a empresa mais sustentável (33%) também foram aspectos destacados pelos empreendedores.
A maioria das PMEs não receberam apoio nem do governo, nem de grandes empresas para as quais fornecem produtos. Apenas 16% contaram com alguma ajuda governamental e só 10% tiveram apoio de uma companhia de maior porte. Sem ajuda, as pequenas e médias também ofereceram pouco apoio a seus fornecedores, medida tomada por apenas 22% dos respondentes.
Embora a preocupação com os funcionários seja grande, quase um terço das PMEs tiveram de demitir. Desse grupo, 91% desligaram entre 1 e 10 colaboradores. O dado reflete o impacto negativo reportado pelas companhias. Mais da metade afirmou ter sido muito impactada pela covid-19, 33% diz ter sido um pouco impactada e 11% não sofreram consequências negativas.
A pesquisa compilou 230 respostas obtidas entre pequenas e médias empresas brasileiras, durante o mês de junho. O trabalho faz parte da Plataforma de Ação Para Comunicar e Engajar do Pacto Global e contou com a participação de signatários e não signatários do pacto.