Alesso Alionço, da Pipefy: ele criou uma startup com a proposta de reduzir a dependência da área de TI (Eduardo Macarios/Pipefy/Divulgação)
Mariana Fonseca
Publicado em 11 de julho de 2019 às 15h23.
Última atualização em 11 de julho de 2019 às 19h19.
A startup brasileira Pipefy anunciou a captação de um investimento de 45 milhões de dólares (na cotação atual, cerca de 170 milhões de reais) para cumprir um objetivo cada vez mais comum dos negócios inovadores nacionais: ampliar a presença no mercado americano.
A rodada de série B foi liderada pelo fundo de investimentos Insight Ventures e completada pelos fundos OpenView e Trinity Ventures. Os três veículos de investimento são especializados em startups de softwares para empresas, modelo comercial conhecido como B2B. Outros cinco milhões de dólares foram usados para recomprar a participação de investidores antigos. Ao todo, a Pipefy já captou 63,7 milhões de dólares.
A nova injeção de capital servirá tanto para melhorar o produto quanto para contratar mais funcionários e captar mais clientes -- especialmente no seu segundo maior mercado.
Criada em 2015, a Pipefy internacionalizou desde o começo e possui escritórios em São Francisco (Califórnia, Estados Unidos), Austin (Texas, Estados Unidos) e Curitiba (Paraná). Segundo Alessio Alionço, fundador da Pipefy, há uma necessidade mundial por um software que empreendedores possam usar sem contratar consultores ou equipes de tecnologia da informação. "Não faria sentido restringir o sistema da Pipefy ao idioma português e, com isso, nossa atuação."
No software da startup brasileira, as atividades mais simples são automatizadas e a interface é desenvolvida com foco em simplicidade. No lugar de mandar um e-mail à área de recursos humanos pedindo um reembolso, por exemplo, o próprio usuário usa o sistema para preencher o respectivo formulário.
Empresas que já terminaram a implementação do sistema da Pipefy têm uma média de aumento de produtividade de 35%. “Entendo nossa solução como um canivete suíço, com diversas aplicações intuitivas”, diz Alionço.
A maioria dos clientes da Pipefy, porém, já são de médio e grande porte. A startup brasileira atende 1.700 empresas em 150 países, como a gigante de tecnologia da informação IBM, o banco Santander e a fabricante de automóveis Volvo. O negócio oferece um plano gratuito e planos pagos partindo de nove dólares por mês e por usuário, com cobranças variáveis de acordo com o número de pessoas usando o software.
Com os novos 45 milhões de dólares, o primeiro objetivo da Pipefy é investir no desenvolvimento do software e melhorar sua usabilidade.
A segunda meta é ampliar esforços de vendas nos Estados Unidos, o que inclui contratar mais pessoas para marketing e vendas. A Pipefy pretende ampliar sua equipe em 50% até o final deste ano. A startup possui 180 funcionários, 160 deles em solo brasileiro.
As empresas brasileiras ainda representam a maioria dos clientes, seguidas de perto pelas empresas americanas. Mas há maior potencial de crescimento no segundo mercado. “Pelo custo da mão-de-obra nos Estados Unidos, porém, vemos um potencial ainda maior para softwares que automatizem tarefas operacionais e permitam uma equipe mais enxuta de TI”, diz Alionço.
Parece um pequeno passo para essas empresas, mas é um grande negócio para a Pipefy.