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Pequenos produtores exportam castanha de caju para Europa

Cooperativa responsável pela comercialização do produto exportou mais de 3 mil quilos de amêndoas

Serão exportadas 150 caixas ao todo, o que corresponde a mais de três mil quilos de amêndoas, sendo comercializados a quase 35 mil euros (Midori/Wikimedia Commons)

Serão exportadas 150 caixas ao todo, o que corresponde a mais de três mil quilos de amêndoas, sendo comercializados a quase 35 mil euros (Midori/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2011 às 10h30.

Teresina - Os sabores do Piauí chegaram à Europa. A amêndoa da castanha de caju, produzida pela Central de Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí (Cocajupi), começou a ser exportada para a Itália. É a primeira inserção desse produto no mercado internacional. Naquele país a castanha será comercializada pela Cooperativa Chico Mendes.

A venda da castanha para o exterior é resultado da conquista da certificação da Cocajupi para o Comércio Justo ou Fairtrade - modalidade de comercialização que leva em conta requisitos como responsabilidade social, sustentabilidade e competitividade dos pequenos e médios produtores.

Segundo o gerente administrativo da Cocajupi, Luiz Eduardo Rodrigues, essa é a primeira experiência de exportação da central. “Enviamos a primeira remessa no dia 15 deste mês. A segunda sairá na primeira semana de novembro. Serão exportadas 150 caixas ao todo, o que corresponde a mais de três mil quilos de amêndoas, sendo comercializados a quase 35 mil euros”, informa.

De acordo com ele, “atualmente, temos uma demanda maior que a oferta. Estamos na iminência de vender para um grande grupo de varejo, mas não temos estoque suficiente para realizar essa transação comercial”.

A Cocajupi, que tem sede em Picos, cidade localizada a 306 quilômetros ao sul de Teresina, reúne nove pequenas cooperativas de cajucultores. As entidades fazem o trabalho de beneficiamento do caju e a central é responsável pelo processamento da castanha. No processo de certificação, a Cocajupi tem sido acompanhada pelo Sebrae no Piauí, por meio do Projeto Fruticultura Piauiense. Cursos, oficinas, consultorias, entre outras capacitações, são realizadas junto aos produtores ligados à central.


“Também viabilizamos a participação da Cocajupi em feiras e eventos regionais e nacionais, porque isso é um dos requisitos para a certificação em Comércio Justo”, diz a gestora do Projeto Fruticultura Piauiense do Sebrae no Piauí , Geórgia Pádua.

Geórgia destaca ainda que a certificação trará muitos benefícios para os cajucultores piauienses. “O Comércio Justo trabalha com os setores menos favorecidos do sistema econômico, buscando incluir socialmente as famílias das regiões mais pobres. É uma alternativa viável para esses pequenos produtores, pois promove o desenvolvimento local, incentivando a cooperação dentro de princípios éticos e sustentáveis”, afirma a gestora.

Cajucultura

No Brasil, a área plantada com vários gêneros do cajueiro é de cerca de 700 mil hectares. No Piauí, são quase 200 mil hectares destinados à cultura do caju, o que coloca o estado em segundo lugar no ranking da cajucultura brasileira.

Estima-se que uma média de 40 mil estabelecimentos agrícolas desenvolvam a cajucultura no Piauí. Por meio de associações e cooperativas, os produtores vêm aprimorando técnicas, priorizando a produção para beneficiamento da castanha, principalmente a in natura.

A produção anual de castanha no estado é de cerca de 50 mil toneladas por safra, estando concentrada principalmente nas regiões de Picos, Parnaíba e São Raimundo Nonato.

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