Dinheiro: não é preciso ter muito capital para dar asas às boas ideias (Foto/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 11h00.
Última atualização em 19 de janeiro de 2017 às 11h00.
Brasília - Nesta quarta-feira (18), Sebrae e BB assinam parceria na sede do Sebrae Nacional, em Brasília, com o objetivo de simplificar a gestão de micro e pequenas empresas (MPEs) e orientar financiamento a empresários.
Pelo convênio, que integra o programa “Empreender mais simples: menos burocracia, mais crédito”, donos de pequenos negócios, que somam 98,5% das empresas do país, terão à disposição um total de R$ 8,2 bilhões – cerca de R$ 1,2 bilhão por meio da linha Proger Urbano Capital de Giro, com recursos do Fundo do Amparo ao Trabalhador (FAT), e R$ 7 bilhões da linha BNDES Capital de Giro Progeren.
A parceria prevê soluções de financiamentos por parte do Banco do Brasil, com orientação e acompanhamento, antes e depois da concessão de crédito, por consultores do Sebrae em todo o país, visando o uso consciente dos recursos e a melhoria da gestão financeira das empresas, com redução de riscos de inadimplência.
Com isso, as MPEs terão acesso a capital de giro com menor custo, de forma mais ágil, a partir de fluxo diferenciado de análise e concessão de crédito no Banco do Brasil.
A estimativa é que, na primeira fase, em fevereiro, agentes especializados do Sebrae atuem em nove cidades, de todas as regiões do país: Sudeste (Campinas, Ribeirão Preto e Vitória); Norte (Manaus); Centro-Oeste (Cuiabá e Sinop); Nordeste (Natal e Mossoró); e Sul (Curitiba).
Na segunda fase, a partir de março, a previsão é que o convênio já esteja em plena operação, com 500 agentes do Sebrae em todo o Brasil.
Os empresários contam também com o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), pelo qual as empresas com faturamento bruto anual de até R$ 3,6 milhões podem garantir até 80% das operações. Por meio do Fampe, o Sebrae pode ser avalista complementar de financiamentos para pequenos negócios.
Na prática, pelo Proger Urbano Capital de Giro, o empreendedor poderá financiar com contratação simplificada, prazo de pagamento de até 48 meses, isenção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e taxas de juros a partir de 1,56% ao mês, com carência de até 12 meses para pagamento da primeira parcela do valor principal.
Em contrapartida, a empresa deverá manter emprego e renda até um ano depois da operação e, se tiver acima de dez empregados, precisará contratar um jovem aprendiz até seis meses após a operação.
Pelo BNDES Capital de Giro Progeren, as MPE poderão financiar com prazo de até 60 meses, carência de até 12 meses e encargos totais a partir de 1,63% ao mês.
Pesquisa do Sebrae mostra que instituições financeiras não são a primeira opção de micro e pequenos empreendedores quando se trata de crédito.
Apesar do custo menor, a dificuldade de gestão é apontada como um impeditivo. Em 2016, 83% dos empresários do segmento não procuraram os bancos e 52% preferiram negociar com seus próprios fornecedores, mesmo pagando juros mais altos.
“Pretendemos mudar essa realidade, aproximando o banco do pequeno negócio e tornando mais fácil o acesso ao crédito. O pequeno negócio é o motor da nossa economia e precisa de oxigênio para permanecer no mercado”, defende o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.
A partir do convênio, o BB utilizará as melhores linhas disponíveis para atender os empresários. “Nosso compromisso é estar ao lado dos nossos clientes quando eles precisarem, apoiar os pequenos empresários, construir com eles relações consistentes e duradouras e ajudá-los a gerar cada vez mais emprego e renda”, destaca o presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli.
“Para os empresários que necessitam aprimorar a gestão dos seus estoques, compras e prazos, será muito importante contar com o Sebrae em todo o processo de concessão e aplicação do crédito na empresa, por meio da assessoria de especialistas em pequenos negócios. Acreditamos muito nessa parceria”, complementa.
O Sebrae encaminha ao BB a relação de empresas assessoradas. Após avaliação prévia, o Sebrae visita as empresas indicadas pelo BB e realiza diagnóstico econômico-financeiro.
Constatada a necessidade real de crédito, o Sebrae encaminha a empresa ao Banco do Brasil para contratação do crédito com o cliente. Na fase pós-crédito, o Sebrae acompanha a empresa, oferecendo orientação quanto à melhoria da gestão empresarial.
O Sebrae prestará atendimento por meio de seus canais presenciais, em seus postos de atendimento em todo o país. Os técnicos farão visitas às empresas para diagnosticar as necessidades de gestão. A instituição vai atender gratuitamente dois perfis de empresários: o que deseja contratar capital de giro e aquele que já conseguiu financiamento, mas encontra sinais de risco de inadimplência.
Na fase anterior à concessão de crédito, agentes especializados do Sebrae deverão analisar a real necessidade de financiamento ou se outras medidas administrativas podem ser tomadas na empresa para a melhoria de seu desempenho.
Caso a demanda por crédito se confirme, o Sebrae vai avaliar os indicadores financeiros da empresa e estimar sua capacidade de endividamento saudável, além de oferecer garantias, por meio do Fampe. O BB atuará como parceiro do empreendedor brasileiro, oferecendo as melhores soluções em produtos e serviços para as empresas.
Também será feito o acompanhamento pós-crédito como caráter preventivo, para evitar que situações graves possam levar as empresas à inadimplência.
Caso o Sebrae identifique empresas que já tiverem contratado financiamento e estejam em situação de alerta (como queda de faturamento ou algum atraso em suas obrigações financeiras), também as orientará na busca por uma melhor saída para a sua situação de dificuldade momentânea.