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´Pequenas impulsionam economia´, diz presidente do BNDES

Em palestra para o Sistema Sebrae, Luciano Coutinho destaca importância do setor para desenvolvimento brasileiro

A expectativa do BNDES é que a economia cresça acima de 5% nos próximos cinco anos (.)

A expectativa do BNDES é que a economia cresça acima de 5% nos próximos cinco anos (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Brasília - As micro e pequenas empresas têm papel fundamental para alavancar o crescimento do País, segundo análise do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

Durante palestra realizada na Semana de Capacitação do Sebrae, na manhã desta quarta-feira (1º), o economista apresentou números estimados pela instituição para o avanço do Brasil em 2010 e ressaltou a importância dos pequenos negócios para fomentar o desenvolvimento.

Crescimento
A expectativa do BNDES é que a economia cresça acima de 5% nos próximos cinco anos, que a geração de empregos formais dobre em 2010, que a massa salarial das famílias brasileiras atinja R$ 1,38 trilhão e que os investimentos internos cresçam a uma taxa de 9,6% ao ano até 2013. "O País está muito bem e a micro e pequena empresa é a principal mola impulsionadora da redução das desigualdades sociais. Sem micro e pequena empresa não há desenvolvimento", frisou o palestrante.

O volume de investimentos internos levantados pelo BNDES mostra o aumento da confiança no País. Entre 2010 e 2013 devem ser investidos internamente R$ 859 bilhões, 58% mais que o registrado entre 2005 e 2008. "Os planos de investimentos estão muito firmes e crescentes. Outro vetor importante do crescimento será a necessária expansão do crédito. A pequena empresa precisa de crédito e o desafio é suprir com condições compatíveis com a situação brasileira", afirmou o presidente do banco.

Crédito
De acordo com o economista, o crédito representa 49,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O volume, na sua opinião, deveria chegar a 70% do PIB, o que poderia ser acrescentado com aumento da participação de pequenos empreendimentos.

Como contribuição, o BNDES possui dois canais de liberação de recursos para fomento dos pequenos negócios, que têm registrado aumento no volume resgatado.

No primeiro semestre deste ano, 24,5% do volume total emprestado pelo banco teve como destino micro e pequenas empresas, contra 12,2% registrados no mesmo período de 2009. Nos 12 meses anteriores acumulados até julho de 2010 foram liberados para financiamento de pequenos empreendimentos o equivalente a R$ 23,7 bilhões.

    <hr>                                   <p class="pagina">Segundo Coutinho, o Cartão BNDES é o principal canal de acesso aos empresários. Com taxa de juros de 10% ao ano e um prazo de 48 meses para pagar, os empreendedores podem resgatar até R$ 1 milhão para modernizar seus negócios. </p>

Trezentos e vinte mil empresários contam com essa possibilidade e a expectativa é ampliar para 1 milhão. "O Cartão BNDES permitiu que o banco fosse acessado por  milhares de empresas brasileiras e temos certeza de que vai avançar muito mais", afirmou o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto.

O Programa de Sustentação do Investimento (PSI), lançado durante a crise econômica para financiar a compra de máquinas e equipamentos, é a outra opção utilizada pelos micro e pequenos. Do volume disponibilizado, 55% são resgatados por eles.

Boas perspectivas
A expectativa do BNDES é que neste ano sejam criados 2,2 milhões de empregos formais, contra 995 mil registrados em 2009. As micro e pequenas empresas são responsáveis por 52,3% do emprego formal em todo o País, segundo os dados do banco, o que equivale a 13 milhões trabalhadores.

A massa salarial deve atingir R$ 1,38 trilhão ao fim deste ano, aumentando o poder de compra no mercado interno, que, como destacou, foi responsável por salvar o Brasil da crise. "O aumento da massa salarial e do emprego são as alavancas da economia brasileira", afirmou Coutinho.

O economista apresentou números que mostram aumento do poder de compra das classes mais baixas, o que impulsiona as micro e pequenas empresas. Em 2002, 58% do consumo era feito pelas classes A e B. As famílias das classes C e D representavam 36% do total. Apenas oito anos depois, a participação se inverteu.

Em 2010, as classes C e D são responsáveis por 59%, enquanto os mais abastados das classes A e B compram 40% dos R$ 1,38 trilhão consumidos no País. "Esse é um mercado muito bom para a pequena empresa, que está mais próxima dos consumidores das classes C e D. É um círculo virtuoso. O desenvolvimento da pequena empresa cria esse novo mercado e esse novo mercado gera oportunidades para a pequena empresa", disse Coutinho.

Além das micro e pequenas empresas, Coutinho citou como essenciais cinco áreas que impulsionam a economia com investimentos: petróleo e gás; infraestrutura, principalmente com energia; logística, com ferrovias e portos; construção habitacional; e agronegócio.

"São vetores espontâneos da economia brasileira, mas não são os únicos. O Brasil precisa criar oportunidades em outras áreas que possam responder ao aumento da população. A pequena empresa é fundamental para crescermos acima de 5% ao ano", afirmou.

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