Direcionamento das atividades das micro e pequenas empresas para o mercado doméstico são alguns dos fatores que justificam a qualidade de crédito das micro e pequenas empresas (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2011 às 07h44.
São Paulo - A qualidade do crédito nas micro e pequenas empresas continua estável, apesar da desaceleração da economia neste terceiro trimestre, revela o Indicador Serasa Experian da Qualidade de Crédito das Empresas.
De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o direcionamento das atividades das micro e pequenas empresas para o mercado doméstico, em fase de expansão, sem depender do cenário internacional, marcado por crises sucessivas, são alguns dos fatores que justificam a qualidade de crédito das micro e pequenas empresas ao longo destes últimos três trimestres.
“Entretanto, quando comparamos a qualidade de crédito das empresas por porte, notamos que as micro e pequenas empresas, que por características próprias não conseguem financiamentos com taxas atrativas e têm dificuldade em oferecer garantias, exibem maior risco de inadimplência comparativamente às empresas de maior porte”, explica Luiz Rabi.
O indicador das grandes empresas teve uma ligeira redução passando de 98,4 (2º trimestre 2011) para 98,3 (3º trimestre 2011). O indicador apresentou-se estável em 98,4 na passagem do segundo trimestre para o terceiro de 2011.
Esse comportamento se repetiu nas micro e pequenas empresas, nas quais o indicador se manteve em 95,6 - maior nível de toda a série histórica, iniciada em 2007.
O estudo avalia trimestralmente o risco de crédito das empresas. É desenvolvido a partir dos ratings atribuídos a cerca de 450 mil pessoas jurídicas, presentes na base de dados da Serasa Experian, embasadas nos modelos internos de avaliação de risco de crédito. O indicador varia numa escala de 0 a 100 e quanto maior, melhor é a qualidade do crédito e menor é a probabilidade de inadimplência.
Para Luiz Rabi, o processo de desaceleração da economia neste terceiro trimestre, o que diminuiu o ritmo de geração de caixa das empresas, acabou sendo compensando pela retomada da redução dos juros básicos (taxa Selic), atenuando o custo financeiro. Dessa forma, a qualidade de crédito das empresas de um modo geral ficou estável na comparação com o segundo trimestre de 2011.
Setores
A qualidade de crédito das empresas melhorou apenas no setor comercial durante o terceiro trimestre deste ano - o indicador deste setor cresceu 0,1%, atingindo o patamar de 95. Já nos setores da indústria e de serviços os indicadores de qualidade de crédito mantiveram-se estáveis em 94,6 e 96,3, respectivamente.