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Europeus brilham com sorveteria Bacio di Latte em SP

A sorveteria, que acaba de completar um ano, fez sucesso na capital paulista e se prepara para abrir 20 unidades até 2015

O italiano Edoardo Tonolli e o escocês Nick Johnston, sócios da sorveteria Bacio di Latte (Priscila Zuini)

O italiano Edoardo Tonolli e o escocês Nick Johnston, sócios da sorveteria Bacio di Latte (Priscila Zuini)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 12h34.

Última atualização em 27 de setembro de 2017 às 18h38.

São Paulo – Quem passa pelo número 136 da Rua Oscar Freire, em São Paulo, se surpreende com o movimento. O entra e sai de gente na sorveteria Bacio di Latte é surpreendente para um negócio com um ano de vida. No comando da empresa, estão o italiano Edoardo Tonolli e o escocês Nick Johnston.

Tonolli trabalhava com finanças em Milão quando decidiu abrir um negócio. “Morei seis meses no Brasi e, assim que cheguei na Itália, a crise tinha começado. Eu já tinha a ideia de abrir alguma coisa na área alimentícia com o meu irmão. Estávamos em dúvida entre uma cafeteria e uma gelateria”, conta. A escolha foi pelo sorvete, ou melhor, “gelato”, corrige o sócio.

Com a crise que assombra a Europa – além de gastos públicos descontrolados, a Itália tem uma relação dívida/PIB de mais de 120% -, Tonolli resolveu que o melhor seria aportar no Brasil. “A crise na Europa influenciou 95% da nossa vinda ao Brasil”, conta. “Os impostos brasileiros são mais baixos do que os italianos e aqui tem menos burocracia. Para abrir um negócio lá, você leva um ano mais ou menos”, explica.

Apresentado a Tonolli por uma amiga em comum, Johnston logo se animou com a ideia de virar empreendedor no Brasil. “Eu já estava morando em São Paulo, procurando uma oportunidade e acreditando no Brasil sem saber exatamente o que iria ser. Eu encontrei o irmão do Edoardo na Suíça, ele me explicou o projeto e em um segundo eu topei”, diz. Segundo ele, a falta de sorvetes de qualidade e uma clientela grande e exigente faziam de São Paulo o local perfeito para a instalação do negócio.


Depois da inauguração, em janeiro de 2011, a gelateria já ganhou prêmios importantes, como o de melhor sorvete segundo a edição 2011 de Veja Comer & Beber. Neste mesmo período, a empresa cresceu 120%. Bem mais do que os sócios esperavam. “A ideia era ter uma loja modelo na Oscar Freire para saber se o público aceitaria a nossa proposta de gelato de qualidade ao preço mais competitivo possível. No fim, foi muito mais do que imaginamos”, diz Johnston.

Crescimento

Sem revelar dados de receita e vendas ("para despistar a concorrência", brincam), os sócios começam a se planejar para crescer. “Estamos vendo como aumentar o tamanho da rede sem perder qualidade”, conta Tonolli.

Segundo eles, cada loja deve ter uma produção própria para garantir a textura e o sabor dos sorvetes. “Ele perde até 80% da cremosidade durante o transporte”, explica. Eles não revelam o investimento para abrir uma loja, mas só os custos com maquinário chegam a meio milhão de reais.

Para os próximos dois meses, a marca vai inaugurar duas lojas, uma em Moema e a outra no shopping JK Iguatemi, ambas na capital paulista. “Nós pretendemos abrir mais ou menos 20 lojas próprias nos próximos 3 anos em São Paulo”, define Tonolli.

A região dos Jardins também deve receber mais uma unidade. “Alguns shoppings do Rio já convidaram a gente para abrir uma loja, mas é melhor fazer as coisas de forma mais orgânica. Começar aqui em São Paulo e quando tiver uma estrutura boa ir para outros lugares”, explica Tonolli.


A principal preocupação dos sócios hoje é manter a qualidade do negócio. Por isso, eles contam que recusam pedidos de franquias toda semana para não perder o controle da empresa. “É muito fácil abrir muitas lojas e perder o controle. Nossa ideia é fazer várias lojas concentradas em São Paulo e resolver todas as questões de logística, processos e gestão que vamos precisar. Depois, também dá para pensar em franquear”, esclarece Johnston.

Produção artesanal

Sem estratégias de marketing, a empresa cresceu no boca a boca. Os 35 sabores disponíveis são produzidos todos os dias para atender a demanda – aparentemente incessante – de consumidores.

Com preço médio de 10 reais, os clientes podem provar até três sabores por potinho. “O chocolate belga é o preferido”, conta Johnston.

Apesar da produção local, 80% da matéria-prima é importada. “Tirando o leite e o açúcar, o resto vem de fora. A base do sorvete e o maquinário são da Itália. A pera é da Argentina e o limão da Sicília. Mas o que dá para achar aqui, como algumas frutas, não vejo porque não usar”, esclarece Tonolli.

Segundo o empresário, alguns fornecedores italianos vão abrir uma planta no Brasil ou na América do Sul. “Estou contando com isso para não precisar mais importar. Elas vão trazer o produto da Itália e fazer o último nível de acabamento aqui”, conta.

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