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Para comprar carros, startup Dryve estrutura fundo de R$ 100 milhões

A empresa de compra e venda de veículos online vai usar os recursos para formar um estoque próprio de carros

Pedro Gandra, Daniel Abbud e Cesar Pizolato, cofundadores da Dryve: a empresa foi fundada em 2019 para reunir em uma mesma plataforma todos os portais de venda de veículos do Brasil 
 (Dryve/Divulgação)

Pedro Gandra, Daniel Abbud e Cesar Pizolato, cofundadores da Dryve: a empresa foi fundada em 2019 para reunir em uma mesma plataforma todos os portais de venda de veículos do Brasil (Dryve/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 9 de março de 2021 às 15h48.

Última atualização em 9 de março de 2021 às 16h16.

Fundada em 2019, a startup Dryve se lançou no mercado brasileiro no começo de 2020 com a proposta de facilitar a compra e venda de carros usados online. Além de permitir que qualquer pessoa venda diretamente em seu marketplace, a empresa também oferece um serviço de concierge, em que vendedores treinados se responsabilizam por administrar a venda dos carros.

Agora, um ano depois do início das operações, a startup dá um passo além. Nesta semana, a companhia anuncia ter estruturado um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) de 100 milhões de reais. Com o capital, a empresa pretende formar um estoque próprio de carros, assumindo a compra dos veículos usados e a responsabilidade de revenda.

“Temos clientes com pressa para vender. Dessa forma, conseguiremos atendê-los, aumentar a rentabilidade da operação e expandir a oferta de carros qualificados na plataforma”, diz Daniel Abbud, fundador e presidente da Dryve. 

Outras startups que trabalham com venda online de veículos, como a Volanty, também adotam o modelo de compra imediata. A diferença, segundo Abud, é que a Dryve não vai utilizar capital levantado com investidores de venture capital para financiar a operação. “Nos inspiramos no modelo do mercado imobiliário, que é mais barato do que vender equity”, diz o fundador. 

A administração do FIDC será feita pela Limine DTVM, que atua no mercado financeiro e de capitais. 

Do cashback aos seminovos

A Dryve foi fundada em 2019 por Pedro Gandra, Daniel Abbud e Cesar Pizolato em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Antes de empreenderem juntos no setor de automóveis, os sócios trabalharam na fintech de cashback BeBlue, fundada por Abbud em 2016 e vendida para o grupo Omni no final de 2018.

Depois da experiência no setor financeiro, Abbud teve a ideia de criar um negócio para facilitar a compra e venda de veículos usados no Brasil, mercado que movimenta 400 bilhões de reais por ano. Para começar a operação, a empresa captou investimento de cerca de 5 milhões de reais com o ex-chairman da Webmotors, sócios do banco BTG (do mesmo grupo controlador da EXAME) e com dois fundos de venture capital.

A plataforma de compra e venda foi colocada no ar no começo de 2020. O principal diferencial para quem está buscando um veículo é que ela reúne em um só lugar os anúncios feitos em sites como OLX, iCarros e WebMotors.

Já para quem quer vender, há três modalidades. A primeira é a venda imediata, em que a Dryve compra o veículo e assume a responsabilidade de revendê-lo. A segunda opção é o próprio dono do carro pagar uma mensalidade de 19,99 reais para poder anunciar seu veículo na plataforma.

A terceira alternativa é colocar o carro para ser vendido por um concierge franqueado da startup, que organiza todo o processo de venda. Nesse último caso, o antigo dono do carro precisa pagar uma comissão de 5% a 7% sobre o valor da venda para a plataforma — 70% do valor fica com o agente e 30% com a startup.

No ano passado, mesmo com a pandemia, a startup vendeu 1.000 carros pela plataforma. Neste ano, a meta é crescer o volume de vendas em cinco vezes e passar de 50 para 500 agentes franqueados.

 

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