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Os desafios de começar uma rede de franquia

Empreendedor afirma que franqueados não são funcionários, mas sim parceiros de negócios que devem estar muito bem alinhados com os objetivos da marca

Mulher trabalhando (Dreamstime.com)

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Da Redação

Publicado em 2 de janeiro de 2015 às 14h28.

Os desafios de começar uma franquia no dia a dia
Respondido por Gean Chu, empreendedor

Criar uma nova empresa é desafiador e no caso da criação de uma nova rede de franquias, os desafios são ainda mais particulares. É raro encontrar empresas que nascem pensando em ser uma rede de franquias.

O que se encontra são empresas que obtém sucesso e quando percebem que seu modelo pode ser replicado, passam a planejar adaptações no negócio para transformá-lo em franquia. Em ambos os casos, a partir do momento em que se decide que o negócio será uma franquia, alguns pontos específicos devem ser analisados.

Visão sistêmica é algo imprescindível. O empresário deve ser capaz de enxergar as implicações de qualquer decisão em todos os setores da empresa, como relacionamento com funcionários, produção, canais de vendas, sustentabilidade, etc. No caso de franquias, um elemento a mais deve ser adicionado neste sistema: a rede franqueada.

Franqueados não são funcionários e não são facilmente substituíveis, mas sim parceiros de negócios que devem estar muito bem alinhados com os objetivos da marca, a fim de trabalharem em sintonia com a franqueadora. Conseguir o apoio dos franqueados exige que eles concordem com a estratégia aplicada e é necessário que haja muita comunicação.

Uma rede franqueada bem alinhada começa com a seleção dos franqueados. Um bom empresário não será um bom franqueado, e mesmo um bom franqueado de outra rede, pode vir a não ser o mais adequado para a sua rede franqueada. Cada franquia tem uma personalidade própria e deve procurar franqueados com personalidades que combinem com isso.

Para ter harmonia em uma rede de franquias, é importante que cada um saiba seu papel e o que esperar de cada stakeholder. Desde o início deve ter muita clareza sobre qual a responsabilidade de cada um e o que cada um deve fazer buscando o sucesso da rede como um todo.

De modo geral, uma franqueadora só é sustentável a partir de 30 franquias. Até lá, deve existir um planejamento muito sólido de como a empresa irá sobreviver enquanto ganha massa, quanto tempo levará para chegar a um equilíbrio financeiro e qual a estratégia de crescimento para chegar a este objetivo.

Conforme a rede cresce, cresce também a complexidade da operação, o que pode adicionar desafios de produção, logística, treinamento, entre outros. No caso de franquias, esse crescimento tende a ser muito rápido. Nunca espere os problemas acontecerem para buscar uma maneira de resolvê-los. Quanto maior a empresa, mais tempo é necessário para qualquer mudança, o que implica em cada vez mais tempo e cuidado no planejamento.

Finalmente, caso a rede venha a obter sucesso, é importante que exista clareza sobre os processos de concessão de mais franquias. Isso pode parecer trivial, mas definições como limite de franquias por franqueado, distribuição geográfica e meritocracia para novas franquias já fizeram grandes redes quebrarem ou prosperarem. 

Gean Chu é sócio-fundador da rede especializada em paletas mexicanas Los Paleteros.

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