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Odeia networking? Ex-funcionário do Google mostra como sobreviver

Hunter Walk, hoje empreendedor em um fundo de venture capital, mostra como introvertidos podem tirar o melhor de eventos de relacionamento

Ansiedade social: os relacionamentos são o ativo mais importante que um empreendedor pode acumular ao longo de sua jornada (Camrocker/Thinkstock)

Ansiedade social: os relacionamentos são o ativo mais importante que um empreendedor pode acumular ao longo de sua jornada (Camrocker/Thinkstock)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 21 de outubro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 21 de outubro de 2017 às 08h00.

São Paulo – O networking é o pesadelo de muita gente: passar horas em eventos, trocando cartões e firmando relacionamentos com desconhecidos, pode parecer uma tortura para quem não está acostumado a “fazer social”.

O empreendedor Hunter Walk conhece essa sensação na pele: o autointitulado introvertido conta que sente a ansiedade tomar conta quando é exposto a um ambiente com muitas pessoas por um longo período.

Mesmo assim, Walk acumula experiências profissionais significativas. Ele trabalhou com gerenciamento de produto no YouTube e depois na companhia-mãe do site de vídeos — o Google. Walk saiu da empresa para se tornar sócio de seu próprio fundo de venture capital, Homebrew, que investe em startups. Todos os dias, ele conversa com donos de negócios e avalia propostas de aportes.

Não dá para fugir do networking: os relacionamentos são o ativo mais importante que um empreendedor pode acumular ao longo de sua jornada. Sabendo desse fato, Walk desenvolveu suas próprias táticas para tirar o melhor de eventos de relacionamento.

Confira, a seguir, quais são as principais estratégias de sobrevivência ao networking:

1 — Quantidade não é sinônimo de sucesso

Não fique desanimado se algum colega conseguiu trocar cartões com mais de cem pessoas durante um evento, enquanto você conta seus contatos com os dedos da mão.

Segundo o ex-funcionário do Google, quantidade não é sinônimo de sucesso quando se fala de networking: várias vezes ele ganhou apenas exaustão e um sentimento de incompletude após se encontrar e impressionar dezenas de pessoas.

“Eu mudei minha definição de sucesso. É ótimo se eu me encontrar com um monte de pessoas. Mas, na verdade, a vitória ocorre quando eu tenho uma conversa significativa - mesmo que sejam com apenas 5, 10 ou 15 contatos ao longo do dia”, escreve Walk.

Uma boa tática para conseguir tais conexões mais profundas é estabelecer contatos individuais, fora das rodas de conversa típicas de encontros de relacionamento.

“Essa é uma técnica especialmente boa para eventos no final do dia. No lugar de ficar em um grupinho barulhento com gente bebendo, eu encontro alguém com queira passar um tempo e achamos um local para apenas sentar e conversar uma meia hora, antes de voltarmos para a agitação.”

2 — Quer desistir? Convença-se a ficar mais 30 minutos

Especialmente para quem é introvertido, chega um momento em que o desejo de ir embora se intensifica. Antes, Walk cedia aos instintos e dava um jeito de sumir durante o networking.

“Hoje eu reconheço esse impulso, respiro e vejo se tudo bem permanecer outros 30 minutos. Depois dessa checagem, eu não tenho problemas em realmente ir embora após os minutos passarem, mas muitas vezes eu acabo ficando muito mais tempo sem nem perceber.”

3 — Porém, compreenda seus limites e saiba quando desistir de um encontro

Ainda que seja bom se desafiar, ter um tempo de descanso pode ser fundamental para fazer um networking realmente proveitoso - especialmente em eventos que duram várias horas.

Walk aconselha procurar espaços na agenda ao longo do dia para caminhar, tomar um café ou fazer um pouco de exercício: essas atividades podem tirar a fixação com o networking da sua mente e recarregar suas baterias para a próxima rodada de relacionamentos.

Da mesma maneira, avalie se tais encontros serão realmente proveitosos. Na startup de Walk, por exemplo, há uma divisão entre sócios quanto ao número de eventos a comparecer.

“A pressão que eu sentia há 10 ou 15 anos, de estar em toda conferência, já se foi. E quer saber? Os empreendedores com os quais nós mais nos relacionamos não estão no circuito de conferências também”, conta.

“No lugar de fazer aquela viagem internacional de uma semana, eu estou em São Francisco [Estados Unidos] dando duro em ver nossos investimentos ou conversar com fundadores locais.”

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