Mate seu próprio negócio
Escrito por Alexandre Ostrowiecki, especialista em tecnologia
“Inovação disruptiva” é o nome complicado que damos para qualquer ideia tão impactante no seu mercado que coloca o negócio inteiro em risco. Normalmente, isso ocorre quando a inovação traz alternativas muito mais simples, convenientes ou baratas para fazer alguma coisa, se comparadas ao que existia antes delas.
Existem muitos exemplos famosos de inovação disruptiva. Começando pelos mercados de conteúdo, vimos serviços como Netflix e outros conteúdos sob demanda relegarem aos museus o negócio de locação de vídeos. As músicas digitais, baixadas diretamente ao seu celular, destruíram boa parte da receita das grandes gravadoras.
A cada semana, novas revistas e jornais fecham as portas por falta de assinantes, que migram cada vez mais para as notícias instantâneas da internet. No mercado de transportes, vemos táxis sendo esmagados debaixo das rodas dos Ubers, mais práticos e baratos. Vemos parte do negócio dos hotéis evaporar-se, direcionado a serviços como Airbnb. O que as empresas fazem a respeito?
Infelizmente, a reação mais comum no mundo empresarial é comportar-se como um avestruz, enfiando a cabeça em um buraco e torcendo para que as mudanças sejam apenas um sonho ruim e passageiro. É uma receita para o fracasso que não ocorreu pelas empresas terem gestores burros. De modo geral, os comandantes das grandes companhias são executivos muito inteligentes e bem-formados. É preciso muita determinação e coragem para se livrar de partes importantes do negócio atual.
Todo empreendedor precisa ficar de olho na direção das placas tectônicas de seu mercado e fazer as perguntas certas. Aonde essa nova tecnologia emergente levará? Isso fortalecerá meu negócio ou o ameaçará? Meus consumidores continuarão comprando os produtos atuais ou vão preferir essa nova tendência? No final, em muitos casos o empreendedor terá o seguinte dilema para resolver: devo abraçar essa inovação disruptiva agora e, com isso, destruir boa parte dos meus produtos mais rentáveis ou devo aguardar?
As lições da história dos negócios nos mostram que, quanto antes a empresa abraçar o futuro, melhor. No curto prazo ela poderá perder receita e rentabilidade, à medida que seus clientes trocarão os produtos caros do passado pela novidade mais simples e barata. Talvez a empresa precise de ajustes e de encolhimento, pelo menos por um período. No entanto, você estará amarrando seu negócio ao trem que parte rumo ao futuro, em vez de permanecer ancorado ao passado.
Recentemente, uma empresa alemã que produz equipamentos para operador logístico descobriu que era possível fazer a mesma operação apenas instalando um novo aplicativo para smartphone. Em vez de comprar caros projetos de hardware e software, os operadores logísticos poderiam distribuir celulares aos seus funcionários e fazer todo o processo a um custo cinco vezes menor.
O que fez essa empresa alemã? Ela acelerou os investimentos nessa solução e foi a primeira a lançar sistemas logísticos que funcionam exclusivamente a partir dos smartphones. A receita por projeto caiu bastante, mas o tamanho do mercado é enorme e a empresa irá roubar boa participação de seus concorrentes.
Não permita que o comodismo ou as resistências internas impeçam sua empresa de fazer a coisa certa. Se existe uma forma mais barata ou conveniente de atender uma necessidade de mercado, então certamente alguém irá usá-la. Melhor que esse alguém seja você mesmo.
Alexandre Ostrowiecki é CEO da Multilaser, fabricante de eletroeletrônicos, e presidente da escola Alef.
Envie suas dúvidas sobre inovação e tecnologia para pme-exame@abril.com.br.
*Texto alterado em 17/5, a pedido do colunista.
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1. Mercados promissores
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1/10 (Thinkstock)
São Paulo – Está pensando em começar um
negócio? Então é bom pesquisar bem para decidir em qual área você vai atuar, especialmente num cenário de
crise econômica. Para ajudá-lo nesta tarefa, o site americano
Inc fez um levantamento de setores da indústria que prometem crescer no futuro. A lista abrange principalmente mercados com alto uso de
tecnologia e tem foco no cenário norte-americano. Porém, muitos destes setores podem ser promissores também no Brasil. Navegue pelos slides acima e veja oito setores promissores para começar um negócio.
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2. 1 – Fabricação de drones
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2/10 (Divulgação/Parrot)
O uso comercial de drones está ficando cada vez mais comum em setores como pesquisas científicas e segurança. Esses dispositivos voadores também têm ganhado espaço no segmento de lazer, como verdadeiros brinquedos de gente grande. No Brasil, a Anac (Agência Nacional de Avião Civil) trabalha para aprovar uma regulamentação do uso de drones. Com isso, o setor pode crescer ainda mais. Porém, há o risco de as regulamentações serem mais demoradas do que o previsto, o que pode atrapalhar quem investe no setor.
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3. 2 – Realidade virtual
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3/10 (Andrew Burton / Getty Images)
Segundo o Inc, especialistas acreditam que o ano de 2016 será um marco para o setor da realidade virtual. De fato, grandes marcas já trataram de lançar seus óculos próprios. Portanto, se você tem afinidade com a área, pode ser uma boa ideia começar a investir nesta tecnologia, com a produção de conteúdo para esses dispositivos, por exemplo. Além de setores como jogos e filmes, a realidade virtual também poderá ser usada em eventos, cursos e treinamentos. No entanto, apesar de promissora, essa área ainda é incipiente, o que pode gerar altos custos de pesquisa.
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4. 3 – Inteligência artificial
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4/10 (Oli Scarff/Getty Images)
O impacto da inteligência artificial em nosso cotidiano pode ser gigantesco no futuro. Um exemplo são os carros auto dirigíveis, cujos protótipos já começaram a surgir. Mas essa tecnologia não está limitada ao volante. Ela pode ser usada para otimizar processos nas empresas ou ainda para facilitar tarefas do cotidiano em casa. Quem quiser se aventurar nesta área, porém, deve saber que o setor ainda é incipiente e que vai precisar de profissionais altamente qualificados.
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5. 4 – Tecnologia e análise de alimentos
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Imagine uma tecnologia que te mostra qual o tempo exato que determinado alimento precisa para ser cozido. Esse é o tipo de novidade oferecida pelo setor de tecnologia e análise de alimentos. Outra possibilidade é o uso da tecnologia para facilitar a entrega dos produtos.
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6. 5 – Leitura biométrica
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O setor de leitura biométrica inclui empresas focadas em desenvolver programas para aperfeiçoar o reconhecimento facial, digital ou de retina. Os usos dessa tecnologia vão desde departamentos de imigração nos aeroportos, até a identificação de pacientes em hospitais. No entanto, dentre os riscos para quem investe neste setor está a dúvida sobre se o reconhecimento facial ou de retina serão um dia largamente utilizados.
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7. 6 – Detecção de fraude
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Com o aumento do mercado virtual, a demanda por softwares que detectem fraudes em pagamentos online deve crescer nos próximos anos, segundo o Inc. Quem quiser entrar nesta área deve estar preparado para encontrar concorrentes já consolidados.
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8. 7 – Bem-estar corporativo
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Já foi comprovado que, quando as empresas investem no bem-estar dos seus funcionários, economizam depois em gastos com saúde. Com isso, o setor de bem-estar nas empresas também deve crescer no futuro. Os interessados nesse setor podem apostar em programas que ajudem funcionários a lidar com o estresse, por exemplo.
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9. 8 – Materiais de construção sustentáveis
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9/10 (hxdbzxy/ThinkStock/Thinkstock)
A sociedade está cada vez mais preocupada com o impacto ambiental das indústrias, e no caso da construção civil não é diferente. Sendo assim, pode ser uma hora para pensar em investir em materiais de construção sustentáveis, que ajudem a economizar energia, água e sejam ao mesmo tempo mais eficientes. Porém, quem tiver interesse no setor deve ter em mente que o mercado imobiliário no Brasil passa por um período difícil, o que pode ser um obstáculo para o crescimento do negócio neste momento.
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10. Quer mais ideias? Então veja essas franquias:
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