As consequências de não liderar bem uma equipe
Escrito por Marcela Zonis, especialista em empreendedorismo
Estar em um cargo de liderança e ser um líder são coisas completamente diferentes. Ter uma pessoa que não sabe liderar em uma posição de relevância pode prejudicar o desempenho de toda a equipe.
Tammy Erickson, especialista americana em comportamento, escreveu em seu artigo “Meaning is the new money”, que o trabalho no mundo atual gira em torno da colaboração simultânea dos indivíduos por um bem comum. Isso só acontecerá se todos estiverem engajados no desenvolvimento da organização. Neste caso, ninguém é melhor do que o líder para personificar os valores da empresa e inspirar a equipe.
As lideranças com um perfil muito autocrático geram no grupo um misto de sensações adversas. O ambiente torna-se ruim, os colaboradores ficam frustrados e a agressividade vem à tona.
Para as empresas, a melhor saída é escolher um bom líder e investir na sua capacitação. Porém, essa é uma via de mão dupla – a liderança deve perceber o seu potencial e, antes de liderar pessoas, precisa se conhecer. Na visão de Sergio Chaia, um dos nossos mentores aqui na Endeavor, para ocupar uma posição de chefia a pessoa deve enxergar seus próprios limites. Quando o líder tem consciência disso, ele empodera seus funcionários e os ensina a tomar melhores decisões.
Um bom exemplo desse tipo de liderança é caso da Southwest Airlines. A empresa, fundada no Texas em 1969 por Herb Kelleher, que na época tinha apenas três aviões, teve desde o início de sua operação um propósito claro e um foco invejável em construir um ambiente colaborativo entre os seus funcionários.
Além de se manter lucrativa por mais de 35 anos, a Southwest é uma das empresas mais queridas dos Estados Unidos, tendo ganhando diversos prêmios por serviço ao consumidor ao longo dos anos. Hoje, a Southwest transporta mais de 100 milhões de passageiros/ano em sua frota de 680 aviões, e conta com mais de 45 mil colaboradores.
Construir a combinação mágica: propósito claro e funcionários engajados é uma tarefa árdua. É especialmente desafiador para empreendedores, que, acostumados a personificar a empresa no momento de sua criação, encontram dificuldade de delegar tomadas de decisão importantes quando a empresa começa a crescer para além de sua persona, muitas vezes acreditando que precisam estar diretamente envolvidos nas decisões para garantir que as coisas aconteçam da sua maneira. O ditado popular “o olho do dono que engorda o gado” traduz bem essa maneira de pensar.
No entanto, fiquem atentos: pensar dessa maneira pode ser uma armadilha. O caso da Rubbermaid, empresa norte-americana conhecida por produzir recipientes de plástico para uso doméstico, exemplifica bem isso. Stanley Gault, que dirigiu a empresa entre 1981 e 1991, teve um excelente desempenho à frente da companhia, conseguindo gerar 40 trimestres consecutivos de crescimento de lucros.
No entanto, o seu estilo de liderança, muito centralizado em sua persona, fez com que ele não conseguisse construir uma empresa maior do que ele: logo após a sua saída o desempenho da empresa caiu tanto que ela teve que ser vendida para continuar operando, e milhares de funcionários perderam seus empregos.
Liderar de modo centralizador limita o time e inibe o crescimento da empresa. Por isso, se você sonha grande e quer construir algo maior do que você, o intuito principal é insistir nos seus objetivos e colocar mais tempo, assim como energia, para passar seus valores e o propósito da empresa para os colaboradores. Assim, chegará um momento em que eles não precisarão mais de você. Esse é o papel de quem sabe gerir pessoas.
Marcela Zonis é diretora de relações institucionais da Endeavor.
Envie suas dúvidas sobre finanças para pme-exame@abril.com.br.
-
1. Aprendendo com o erro dos outros
zoom_out_map
1/14 (SIphotography/Thinkstock)
São Paulo – Quais são os erros mais comuns que os
empreendedores de primeira viagem cometem? Essa é uma pergunta que todo futuro dono de negócio deve fazer, já que aprender com as falhas de outros empreendedores traz dois benefícios. Primeiro, você se sente mais seguro – afinal, percebe que todo mundo pode e deve errar na jornada de abertura de uma empresa. Ao mesmo tempo, pode começar seu negócio já evitando algumas falhas mais básicas, o que poupa tempo e dinheiro. A mesma pergunta que abre esta matéria surgiu
na rede social Quora. Hoje, esse tópico já possui mais de 100 respostas de empreendedores, investidores e mentores que resolveram compartilhar seus próprios erros ou os erros que mais veem, com o objetivo de ajudar quem ainda vai abrir um negócio. EXAME.com selecionou os melhores depoimentos dados na rede social. Portanto, navegue pelos slides acima e confira quais os principais erros cometidos por empreendedores de primeira viagem. Aprender com eles é mais um passo na direção do
sucesso!
-
2. 1. Não pesquisar seu mercado o suficiente
zoom_out_map
2/14 (Thinkstock)
Saber mais sobre onde você vai atuar parece óbvio, mas é um erro que muitos empreendedores de primeira viagem cometem: eles enxergam uma oportunidade e abrem a empresa, sem ver antes se já há concorrentes ou consumidores, por exemplo. "Pesquisa é a chave para saber se seu negócio pode ser um sucesso. Use seu tempo para aprender sobre o mercado, ache seus clientes e aprenda o que eles precisam, e informações do tipo", aconselha Alyce Johnson, fundadora do newstability.com. "Fazer o estudo correto pode ajudá-lo a validar sua ideia e seu modelo de negócios antes mesmo que você vá ao mercado."
-
3. 2. Apaixonar-se por uma ideia (e ignorar toda crítica)
zoom_out_map
3/14 (Thinkstock)
É bom gostar do seu negócio. Mas você precisa estar lúcido o suficiente para saber criticá-lo, quando preciso. “A partir do momento que você se apega emocionalmente a uma ideia, você perde a objetividade”, sentencia o empreendedor serial Rajesh Setty. “Com isso, você vive em uma bolha. Por exemplo: você pede feedbacks, mas realmente ouve apenas os que apoiam sua ideia; ou você considera que suas suposições são fatos. Ao invés de reviver sua aventura empreendedora, você apenas fortalece sua opiniões, que pode ser refutada diante de uma nova realidade.” Saiba
quando um empreendedor deve ouvir sua intuição.
-
4. 3. Achar que irá ganhar dinheiro instantaneamente
zoom_out_map
4/14 (SIphotography/Thinkstock)
Um dos maiores erros dos empreendedores é não imaginar que suas ideias podem demorar meses ou anos para renderem aquilo que foi gasto – e mais ainda para gerar lucro. “Você precisa de mais capital do que apenas o mínimo para cobrir custos de infraestrutura”, alerta o empreendedor Peter Baskerville. “É uma grande falha não perceber a importância do fluxo de caixa, muito além do lucro. Você precisa manter uma reserva de 10 a 13 semanas de capital de giro para sobreviver.” Entenda mais sobre
o que é e para que servem o fluxo de caixa e o capital de giro, além de saber quanto dinheiro deve ser guardado para o
capital de giro.
-
5. 4. Trabalhar até a exaustão e acumular mil e uma tarefas
zoom_out_map
5/14 (Jupiterimages/Thinkstock)
É comum que muitos fundadores sintam que devem trabalhar 100 horas por semana. Porém, uma venda bem-sucedida de startup costuma levar de sete a dez anos, diz Lucas Carlson, do AppFog. Afinal, se você não tirar um tempo para cuidar de você mesmo, ninguém irá. E é preciso que o fundador esteja bem para que possa dar atenção aos outros membros também. “Será que o fundador de uma empresa recém-inaugurada precisa mesmo gastar seu tempo avaliando cada alternativa dentro da área de recursos humanos, por exemplo, no lugar de focar no produto e nos clientes?”, pergunta o empreendedor. “Algumas pessoas acham que ser CEO quer dizer estar envolvido em tudo. Mas isso, na verdade, só atrapalha e retarda o progresso do negócio. Cerque-se de pessoas inteligentes e delegue, delegue e delegue.”
-
6. 5. Fazer tudo pela metade
zoom_out_map
6/14 (Michael Blann/Bloomberg)
Mesmo que seja bom não trabalhar de forma absurda, também não dá para tocar uma ideia de negócio como se fosse apenas um projetinho paralelo. “Eu já tentei fazer isso diversas vezes, e não funciona”, diz Lucas Carlson, fundador do AppFog. “Não quero dizer que é impossível começar um empreendimento de forma paralela, mas sim que, para transformar sua ideia em algo que possa atrair investimento, você deverá tomar a decisão de trabalhar integralmente alguma hora. Ninguém irá aportar se você não fizer aquilo o tempo todo, não importa quão boa seja a ideia.”
-
7. 6. Achar que atuar como sempre atuou é suficiente
zoom_out_map
7/14 (Thinkstock/g-stockstudio)
Um erro muito cometido por empreendedores de primeira viagem é achar que as soluções corporativas funcionam no mundo das startups. “Você está em uma luta pela sobrevivência, e não apenas fazendo seu papel em uma decisão de comitê administrativo”, explica o empreendedor Peter Baskerville. “Uma startup não é apenas uma corporação em pequena escala: ela requer uma abordagem completamente diferente em termos de desenvolvimento. Há um modelo de negócios, e não apenas um plano; há o desenvolvimento de um mercado, e não apenas de um produto; e há a administração empreendedora/lean, e não corporativa/estratégica.”
-
8. 7. Esperar o produto ficar perfeito e então lançar
zoom_out_map
8/14 (Thinkstock)
Assim que possível, entregue seu produto ou serviço na mão de potenciais consumidores, aconselha o mentor Lonnie Sciambi. “Isso gera um potencial retorno financeiro e também feedback. Quanto mais cedo você testar seu produto, mais cedo ele ficará melhor. Dinheiro, um novo cliente e feedback superam a perfeição, todas as vezes!”
-
9. 8. Achar que preço baixo é a chave do sucesso
zoom_out_map
9/14 (evgenyatamanenko/Thinkstock)
Você acha que praticar preços baixos já é uma garantia de que você irá superar os concorrentes? Pois está errado. "Nós tentamos competir em questão de preço quando começamos e, em retrospecto, vejo que essa era a dimensão errada para competir", diz Anand Sanwal, cofundador da CB Insights. "Agora, porque nosso preço é baseado em valor, cobramos mais de dez vezes o que cobrávamos, e focamos nos tipos corretos de clientes nas qualidades certas do nosso produto para atendê-los." O conselho também vale para os empreendedores que querem atender todo mundo e, para isso, criam mil e uma faixas de preço. "Quando nós abrimos, há quatro anos e meio, tentamos ter um preço para grandes empresas e para startups. Eu tinha medo de escolher um mercado, porque 'ter opções' parecia uma boa ideia. Percebemos rápido que escolher um mercado dá claridade para nossa mensagem e abordagem."
-
10. 9. Comprometer muito dinheiro no começo do negócio
zoom_out_map
10/14 (Thinkstock)
Quando um empreendedor vê um primeiro sinal de sucesso em sua empresa, a tendência é começar a assumir compromissos, já projetando que os tempos de bonança continuarão para sempre. “Não estou falando para você ser pessimista e ver apenas o copo vazio, mas o seu copo também não deveria estar transbordando”, afirma o empreendedor e mentor Lonnie Sciambi. “Seja um duro realista, especialmente quanto a licenças de equipamento e contratos de locação. Continue a atuar como se você fosse quebrar amanhã, e administre seu dinheiro segundo esse pensamento.”
-
11. 10. Não colocar a casa em ordem
zoom_out_map
11/14 (Thinkstock)
Em toda empresa é preciso organizar as diversas áreas do negócio – o que inclui manter documentação e contabilidade em dia. “É fácil para uma startup que cresce rápido deixar essas obrigações passarem. Porém, se seu objetivo é vender a empresa ou conseguir um investimento, é melhor manter tudo arrumado agora do que ter de fazer isso às pressas depois”, diz o investidor Muril Ravi. Isso não significa que você precise fazer isso por conta própria: segundo Ravi, pagar um profissional para regularizar sua empresa é um dinheiro bem investido. Veja
como e por quanto tempo você deve guardar os documentos da sua empresa e saiba
como registrá-la. Também aprenda
como organizar as contas do negócio.
-
12. 11. Fazer contratações ruins
zoom_out_map
12/14 (Thinkstock)
O time é a parte mais importante de uma startup, e uma má contratação pode fazer que seu negócio vá para o buraco. Por isso, contrate por habilidade, inteligência e tenacidade, aconselha Evan Reas, co-fundador da Hawthorne Labs. “É fácil cair na armadilha de contratar pessoas que são apenas ‘boas o suficiente’ quando a startup está tentando crescer rápido, mas isso pode ser fatal.” Outro erro de contratação é sair pedindo candidatos com cinco ou dez anos de experiência sem ao menos olhar para todos que se inscreveram. “Pessoas em startups precisam estar aprendendo constantemente e essa habilidade deveria ser colocada acima dos anos de trabalho”, defende o empreendedor.
-
13. 12. Ficar lendo muito e executando pouco
zoom_out_map
13/14 (Getty Images)
Por fim, um conselho que você deveria pôr em prática já: ler menos e executar mais. “Ler é ótimo, e é importante que empreendedores compreendam insights que foram aprendidos após muito esforço pela comunidade de negócios e tecnologia. Fazer nenhuma leitura é tão ruim quanto ler demais", diz o investidor Patrick Mathieson. "Porém, entenda que seu sucesso ou fracasso no mundo do empreendedorismo terá menos a ver com seu conhecimento teórico de negócios e mais com quão bem você resolve os problemas para um grupo específico de pessoas. Saber fazer isso só é possível por meio de pesquisa direta, e não de segunda mão.”
-
14. Agora, confira como passar por tempos difíceis:
zoom_out_map
14/14 (Thinkstock)