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O crescimento pode levar à falência?

Crescimento desenfreado e mal-planejado pode complicar as finanças da sua empresa

O crescimento pode levar à falência? (Ryan Hyde/Creative Commons)

O crescimento pode levar à falência? (Ryan Hyde/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 18h18.

São Paulo - Crescer não é necessariamente sinônimo de prosperar. O especialista em finanças Márcio Iavelberg explica como o crescimento pode se tornar uma  armadilha perigosa para uma pequena empresa.

“Muitos empresários nos perguntam: ‘se a minha empresa não para de crescer e pelos meus cálculos eu teria um bom resultado todos os meses, onde é que está o dinheiro?’

Realmente, é cada vez mais constante observarmos pequenos negócios se transformarem em boas empresas, numa economia que já vem aquecida há alguns anos, como a brasileira.

Muitas empresas crescem e, ao contrário do que os seus gestores imaginam, de que colocarão as mãos numa quantia de dinheiro, rapidamente, ficam sem caixa para capital de giro.

Automaticamente, na cabeça de muitos empresários, o remédio é continuar crescendo.  E crescendo nesse caso significa vender mais. Muitas vezes é. Mas a solução também pode ser exatamente o contrário.

Se o crescimento está ocasionando problemas, muitas podem ser as causas. Por exemplo, vender um produto ou serviço com margem de contribuição baixa  ou até mesmo negativa, ao ponto de não conseguir nem pagar as despesas fixas da empresa.

Temos observado que o crescimento exponencial das companhias tem as obrigado a investir antecipadamente em funcionários, ferramentas, maquinário, estrutura física, etc.

Além disso, os prazos de pagamento das compras das mercadorias ou pessoal, tempo de estocagem de produtos e recebimento por produtos vendidos ou serviços prestados também são fortes impactantes nessa necessidade de capital de giro.

Portanto, alongar prazos para clientes para tentar vender mais, pode ser ruim.

Comprar mais quantidade, por conta de descontos concedidos, pode ser ruim.

Comprar de fornecedores que têm prazo muito pequeno pode ser ruim.

Para todas essas hipóteses, torna-se uma obrigação o cálculo financeiro de cada uma dessas estratégias corporativas para se tentar prever o impacto no fluxo de caixa.

Respondendo à questão inicial, o seu dinheiro pode estar nos estoques, em títulos a receber ou até mesmo amortizando dívidas com fornecedores ou bancos.

Não se desespere com o resultado apertado e também não ache que a solução é simplesmente vender mais. Você pode estar assinando o atestado de óbito de sua empresa.”

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