A Novelaria tem 32 tipos de lãs, entre eles cashmere e boutoné de seda (Jair Magri)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2012 às 13h42.
São Paulo – Um lugar agradável para tricotar sem compromisso é o conceito do knit café (espaço para vendas de lãs aliado a um café) Novelaria, localizado na Vila Madalena, zona oeste da cidade de São Paulo, das sócias Priscila Bueno, 43 anos e Lica Isak, 50 anos. Pioneira no Brasil, a loja completa um ano em junho e no mesmo espaço alia venda de acessórios para costura, cursos de tricô, crochê, bordado, e um café.
O estabelecimento teve investimento de 250 mil reais e é a primeira aposta como empreendedora de Priscila, que trabalhou durante 20 anos como tradutora. Já Lica trabalhava como produtora e durante dois anos ficou à frente de uma loja de design. “A gente sempre conversava e viajava juntas, e veio a ideia de abrir um knit café. Pesquisamos na internet e descobrimos que existem vários nos Estados Unidos, Japão e Canadá", explica Lica.
Em São Paulo, ela diz que há armarinhos que oferecem aulas de crochê e tricô, mas com espaços limitados. Elas ainda não identificaram concorrentes que trabalham com as três frentes: venda de lãs, cursos e cafés.
As empreendedoras afirmam que mais do que um local para aprender a tricotar, o objetivo é proporcionar um clima aconchegante, para que as pessoas possam frequentar e lanchar, sem pressa. O cardápio do café foi reformulado este ano pelo chef Bruno Pugschitz no conceito comfort food; o aroma de bolos de fubá, pães de queijo e biscoitos sendo assados podem ser sentidos por clientes e alunos.
“A gente abriu sabendo que é um tiro no escuro”, diz Priscila. Para Lica, trabalho manual com tricô não é só aquele crochê que a vovó fazia, hoje a demanda é por fios e cores diferentes e, por isso, a tendência não será passageira.
No estoque há 32 tipos de lãs importadas da marca argentina Eurofios e agulhas de madeira para crochê e tricô da Índia. A novidade para o inverno deste ano são as lãs de dois fornecedores do Uruguai.
Os preços das lãs variam de 20,50 reais (preço de 100g da amancay que é 50% lã e 50% acrílico) a 72,20 reais (100g da lã dolcetto ou cortina). O empreendimento também oferece 15 horários para cursos de tricô, crochê, bordado e feltro.
Entre os acessórios, há as agulhas de madeira nobre de origem indiana (blondwood ou ébado): a de crochê custa entre 21 e 30 reais e a de tricô entre 28 e 30 reais. A venda de lãs e acessórios corresponde a 70% do faturamento do negócio.
Entre os clientes há crianças e adultos e, de acordo com Lica, a maioria é mulheres de idades variadas. Hoje são 29 alunos inscritos nos cursos oferecidos pelo empreendimento, mas o número é maior, pois é possível fazer aulas avulsas.
O curso de tricô, por exemplo, custa 200 reais mensais e 60 reais por aula (2 horas de duração). Já no bordado, há opção do curso com aulas que duram 3 horas por 240 reais mensais ou 79 reais por aula.
O negócio tem dois funcionários e o chef responsável pelo café. Priscila conta que, apesar do negócio não ter completado um ano, a meta principal é a venda no atacado. Lica completa que outra meta para a expansão do negócio é ter estrutura e estoque na loja para o e-commerce.
De acordo com ela, há muitas pessoas fora de São Paulo que querem conhecer a loja e encomendam lãs, que são enviadas pelo correio. “Estamos engatinhando neste sentido”, afirma.