Elas faturam mais
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2011 às 13h44.
Brasília - Dados da Pesquisa de Perfil do Empreendedor Individual, realizada pelo Sebrae com base em entrevistas com 10.585 empreendedores individuais (EI) em todas as unidades da federação, mostram que a participação das mulheres e dos jovens é maior nesta categoria do que no segmento de microempresas.
O estudo também revela que o perfil de atividades inseridas no EI é mais heterogêneo. Nas microempresas, há maior concentração de profissionais do setor de comércio.
O Empreendedor Individual possui faturamento de até R$ 36 mil por ano. São consideradas microempresas aquelas com faturamento inferior a R$ 240 mil anual.
“Os resultados mostram que o principal motivo para o empreendedor se formalizar é a vontade de legalizar seu empreendimento, o que era impossível antes da criação da figura jurídica do Empreendedor Individual”, observa o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto. “São empresários com vontade de crescer e de participar cada vez mais na cadeia produtiva, querendo chegar a ter uma micro ou pequena empresa”, afirma Barretto.
Dos cerca de 1,1 milhão de empreendedores individuais formalizados até o fim de maio deste ano, de acordo com a pesquisa, 45% são mulheres. Entre os donos de microempresas, a participação do público feminino cai para 29%. Os trabalhadores por conta própria também são mais jovens do que os microempresários.
Dos EI, 61% têm menos de 39 anos. Entre os proprietários de microempresas o volume cai para 41%. De cada 100 empreendedores individuais, 12 têm menos de 24 anos, enquanto o número de donos de microempresas fica em apenas quatro a cada 100.
A distribuição dos empreendedores individuais por segmento de atuação também é mais heterogênea. Enquanto as microempresas do comércio representam 52% do total, no caso do EI os representantes deste setor equivalem a 39%.
A área de serviços responde por 36 de cada 100 negócios montados por empreendedores individuais contra 33% das microempresas. A participação da indústria no total salta de 11% para as microempresas e para 18% entre os empreendedores individuais. Já a construção civil fica em 4% para o EI e 7% para as microempresas.
Escolaridade
A pesquisa mostra que a figura do EI formaliza os trabalhadores com mais baixa escolaridade. De cada 100 trabalhadores, 83 têm, no máximo, o ensino médio ou o técnico completo. Do total, 8% cursam faculdade, 8% têm ensino superior e 1% faz uma pós-graduação. Dos que estudaram por menos tempo, 47% concluíram o ensino médio.
O morador do Distrito Federal Antônio César da Silva se enquadra no perfil da maioria dos empreendedores individuais. Com 33 anos, possui o ensino médio completo e atua no setor de serviços. Há quatro meses, Antônio se formalizou com o objetivo de trabalhar como promotor de eventos em Brasília. O dinheiro para investir na empresa foi obtido após temporada morando na Irlanda, onde estudou inglês e juntou recursos para montar o negócio próprio. “Acho que o ramo de eventos tem bom mercado em Brasília”, observa.
Assim como Antônio, 10% dos empreendedores formalizados moram em algum estado da região Centro-Oeste. A que concentra o maior volume, no entanto, é a Sudeste. Em seguida, aparecem os estados do Nordeste, que abrigam 22% do total, e do Sul, com 14% dos 1,1 milhão de formalizados. No Norte, estão 7% dos profissionais.