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Muito além de um café: Starbucks investirá US$ 100 milhões em startups

Rede americana de cafeterias é a principal investidora do Valor Siren Ventures, novo fundo para empresas inovadoras para a alimentação e o varejo

Entregador do Alibaba pega encomenda na Starbucks: empresa já faz inovações internas e parcerias com outras gigantes (Starbucks/Divulgação)

Entregador do Alibaba pega encomenda na Starbucks: empresa já faz inovações internas e parcerias com outras gigantes (Starbucks/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 23 de março de 2019 às 08h00.

Última atualização em 23 de março de 2019 às 08h00.

A americana Starbucks sabe que, para ser a maior rede de cafeterias do mundo, não basta oferecer café. É preciso ser o mais conveniente, seja abrindo uma unidade a cada esquina ou oferecendo as melhores formas de entrega e pagamento. A marca criada em 1971, com 30 mil lojas pelo mundo, já realizou projetos inovadores próprios e firmou parcerias com grandes empresas de tecnologia. Mas percebeu que ninguém está mais na vanguarda da comodidade do século XXI do que as startups. E, por isso, comprará parte delas.

A Starbucks é a principal investidora do fundo Valor Siren Ventures, que se define como um “motor de crescimento” para a próxima geração de startups com produtos e serviços para alimentação e varejo.

A rede de cafeterias colocou 100 milhões de dólares no fundo, que espera alcançar 400 milhões de dólares em recursos nos próximos meses, com outros investidores. O Valor Siren Ventures é administrado pelo Valor Equity Partners, fundo americano que já investiu em 42 empresas escaláveis e inovadoras, da gigante espacial SpaceX e do aplicativo de patinetes elétricos Bird à startup de comidas eficientes Eatsa e ao restaurante fast casual asiático Wao Bao.

Café high-tech

A Starbucks possui 90 bilhões de dólares em valor de mercado e possui um longo histórico de inovações. Internamente, começou com seu cartão de fidelidade e depois lançou um aplicativo próprio de pagamentos móveis que se tornou o mais popular dos Estados Unidos, com uma projeção de 23,4 milhões de usuários no ano passado.

Outra frente de inovações são parcerias com gigantes. As entregas a domicílio são feitas por meio da UberEats, braço da gigante de mobilidade urbana Uber, e da chinesa Alibaba. A rede de cafeterias também se envolveu na criação de uma plataforma para transacionar bitcoins, que um dia poderão ser aceitas como pagamento em seus estabelecimentos.

Essa é a primeira vez que a Starbucks investe em um fundo de startups, de acordo com a própria empresa. Segundo a empresa de análises CB Insights, a rede já adquiriu três empresas -- incluindo o negócio de chás Teavana, que foi encerrado pelo Starbucks há dois anos. Também investiu em seis negócios, como o meio de pagamentos Square, hoje com 33 bilhões de dólares em valor de mercado.

Em comunicado, a Starbucks informa que o investimento no fundo tem como objetivo “acelerar a agenda de inovação” da rede de cafeterias por “relações externas”, o que pode incluir parcerias comerciais diretas com as startups.

Kevin Johnson, CEO da Starbucks, em reunião anual de acionistas da rede de cafeterias em 2019

Kevin Johnson, CEO da Starbucks, em reunião anual de acionistas da rede de cafeterias em 2019 (Starbucks/Divulgação)

As gigantes da comida querem as startups

A Starbucks é apenas uma das gigantes de alimentação que aderiram a fundos de investimento de capital de risco. Segundo a CB Insights, empresas americanas como Kellogg’s, Tyson Foods e General Mills investem em fundos. A rede de fast food Chipotle começou seu próprio programa de aceleração para startups focadas em comida.

No Brasil, o movimento para inovação 100 Open Startups apresenta startups focadas na indústria de alimentos para negócios como o negócio de benefícios corporativos Alelo; as redes de supermercados Carrefour e Grupo Pão de Açúcar; e as empresas de alimentação Mondelēz, Monsanto e Nestlé.

O GPA montou um programa de aceleração, em parceria com a aceleradora Liga Ventures e a empresa de casa e construção Leroy Merlin, adquiriu a startup de entregas James Delivery e fechou uma parceria com o negócio de kits gastronômicos Cheftime. A Mondelēz possui o SnackFutures, centro de inovação criado para viabilizar parcerias externas e financiamento de projetos no mercado de lanchinhos. e que realiza investimentos em startups. Já a Nestlé participou do Programa Scale-Up Endeavor, que seleciona startups de alto crescimento. Ao redor do mundo, a corrida pelo futuro da alimentação segue endinheirada.

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