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Mercado pet: setor bilionário inspira pequenos negócios no Brasil

Em alta, mercado pet brasileiro impulsiona criação de 8 mil pequenos negócios e consolida gigantes do varejo

Mercado pet: número de PMEs no stor cresceu 39% em 2021 (Jessie Casson/Getty Images)

Mercado pet: número de PMEs no stor cresceu 39% em 2021 (Jessie Casson/Getty Images)

A pandemia serviu de estímulo para que muitas pessoas decidissem ter um pet em casa pela primeira vez. Em quarentena, e sofrendo os efeitos do isolamento, como ansiedade e depressão, muita gente recorreu à adoção de um pet na tentativa de aliviar a tensão do momento. Segundo uma pesquisa sobre adoção de pets na pandemia feita pela DogHero e Petlove, empresas que fazem parte do ecossistema da Petlove&Co, 54% do tutores adotaram um animal desde que o covid-19 passou a ser uma realidade — 19% deles pela primeira vez na vida.

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Por essas e outras, o mercado para animais de estimação encara uma onda de crescimento como nunca antes no país. Em dois anos, o setor cresceu 30% e hoje fatura 50 bilhões de reais. A estimativa é do Instituto Pet Brasil, órgão que representa as empresas do setor.

Em partes, os números se explicam pela exigência do home office como modalidade de trabalho durante o isolamento social e pela tendência de humanização dos pets, que passam a ser considerados como membros da família. A pesquisa da Petlove mostra que mais da metade (52%) dos pais de pets no Brasil são millenials, aqueles com idades entre 25 e 40 anos, e a maioria são pessoas casadas e sem filhos.

Embalado pelo amor aos bichinhos e pelo número crescente de pets nos lares brasileiros, o Brasil é hoje o sexto principal mercado pet no mundo, perdendo apenas para países onde negócios para animais de estimação já ocupam fatias relevantes da economia, a exemplo de Estados Unidos e China. Há alguns anos, o país sequer figurava entre os dez principais mercado para pets.

Se depender da empolgação dos tutores brasileiros, essa relevância deve se manter. Nas contas da consultoria Euromonitor, o Brasil deve saltar seu faturamento nas vendas de produtos pet nos próximos anos, para 11 bilhões de dólares em 2026, alta de 70% sobre o volume atual de vendas. É uma expansão que supera até mesmo os atuais líderes do setor.

Na dianteira da disposição de donos mais preocupados com seus animais estão grandes redes que disputam pela atenção do público que cuida da bicharada. Entre elas, a varejista Petz, que nos últimos anos tem crescido – em número de unidades e receita – e hoje é líder entre as empresas do segmento. Nos primeiros nove meses de 2021, a rede de Sergio Zimerman teve receita bruta de 1,7 bilhão de reais, 50% superior à do mesmo período de 2020. Hoje, a Petz, única empresa dedicada aos animais de estimação de capital aberto, vale 6 bilhões de reais.

 

(Arte/Exame)

Empreendedorismo decola

O desempenho de grandes redes dedicadas aos produtos pet e a disposição de tutores em dedicar maiores quantias de sua renda com seus mascotes – a alta no valor das reações foi de quase 24% no último ano na compra de rações, o triplo da inflação vista nas gôndolas de supermercados tradicionais – tem encorajado empresários a investir no segmento. Segundo um levantamento do Sebrae, o número de microempreendedores individuais (MEIs) no mercado pet cresceu 46% no segundo semestre do ano passado. A alta também aconteceu entre as micro e pequenas empresas: o número de PMEs no setor cresceu 39% no mesmo período.

Em 2019, o número de PMEs no setor era de pouco mais de 77.000. Hoje, supera os 80.000. Já os MEIs saltaram de 60.359 em 2019 para mais de 65.000 em 2020.

Inspirado pela alta do setor, o mercado se movimenta na criação de uma nova designação para pequenas empresas tecnológicas dedicadas ao pets. São elas as pet techs, startups focadas em produtos e serviços para animais de estimação. A premissa das pet techs não foge à regra do que é visto entre as proeminentes fintechs, healtechtecs e retailtechs: elas replicam modelos de negócios inovadores e em ritmo acelerado de expansão.

Um dos exemplos está na empresa Petiko, de São Carlos, no interior de São Paulo. A startup funciona como um clube de assinatura de produtos para a bichadara. Com a inovação dos produtos próprios desenvolvidos pelo laboratório de inovação da empresa, e a conveninência dos produtos chegando na porta de casa, a Petiko faturou 16 milhões de reais no último ano.

(Arte/Exame)

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