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Mercado Livre lança site gratuito de gestão para empreendedores

A gigante de tecnologia para o e-commerce inaugurou um sistema de gestão voltado aos pequenos e médios empreendedores que comercializam pelo site.

Sede do Mercado Livre em São Paulo: gigante da tecnologia lançou plataforma para seus vendedores (foto/Divulgação)

Sede do Mercado Livre em São Paulo: gigante da tecnologia lançou plataforma para seus vendedores (foto/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 11h00.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2017 às 12h21.

São Paulo – Os empreendedores brasileiros que vendem seus produtos pelo site do Mercado Livre poderão, agora, contar com uma plataforma gratuita para cuidar das vendas – e das contas.

A gigante do comércio eletrônico anunciou em coletiva realizada nesta semana um sistema de gestão (na sigla técnica, um ERP) chamado “Mercado Backoffice Express”. O objetivo da plataforma é que os vendedores do Mercado Livre possam organizar e profissionalizar suas operações de comercialização online.

“Temos pesquisas que mostram que a demanda por tecnologia de gestão entre os vendedores pequenos é enorme. E os pontos críticos para eles são o controle financeiro e o de estoque. Se essas duas partes não caminharem bem, todas as outras ficam comprometidas, dificultando um crescimento sustentável”, informa Renato Pereira, diretor da área de Mercado Backoffice.

O Brasil será o primeiro país a ter o Mercado Backoffice Express. Segundo dados de 2015, último ano pesquisado, há no Mercado Livre brasileiro 7,8 milhões de vendedores únicos e 23 milhões de compradores únicos. Cerca de 111 mil empreendedores têm o site como principal ou única fonte de renda.

O que a plataforma oferece?

De acordo com a empresa, o tempo estimado gasto por pequenos empreendedores de e-commerce para fazer a gestão de suas vendas é de 75 horas por mês (cerca de 10 dias de trabalho em horário comercial). Com o uso da Mercado Backoffice Express, o prazo pode ser reduzido para um dia no mês.

Para chegar a esse resultado, a gigante calculou o tempo poupado em cinco grandes áreas de um comércio eletrônico por meio de automatizações: compras; gestão e estoque de produtos; gestão financeira; emissão de notas fiscais; e expedição do produto.

Para começar, o cadastro de produtos leva 10 minutos por mês, contra as 23 horas gastas por empreendedores que não possuem um sistema de gestão.

Em seguida, os avisos de novos pedidos e o cadastro dos pagamentos no fluxo de caixa do negócio ocorrem de forma instantânea. Isso poupa minutos preciosos, que eram gastos ao esperar a mensagem de pedido novo aparecer e ao inserir manualmente o valor pago em planilhas de receitas e despesas.

O registro do produto que saiu pode levar até cinco minutos em um negócio sem sistema de gestão; com o Mercado Backoffice Express levaria um minuto, pelo fato de a plataforma ter um leitor de código de barras e dar baixa automática no sistema.

Já a emissão da nota fiscal tem seu tempo de preparo reduzido de três para um minuto por pedido, pois não é preciso acessar o site da Receita Federal. Por fim, a preparação para postagem se torna instantânea, pois os dados do cliente já estão cadastrados e a etiqueta de postagem é automaticamente emitida.

Segundo o Mercado Livre, a principal vantagem do uso da plataforma é poupar recursos que seriam desperdiçados ao ter de refazer atividades por conta de uma gestão deficiente (como na chamada “logística reversa”). Há um ganho de credibilidade do negócio; há um ganho de tempo, que pode ser reinvestido em capacitação do empreendedor e marketing do negócio; e há um ganho financeiro.

“Esse processo melhora a experiência de compra do cliente e a experiência de venda do nosso vendedor, o que também melhora os resultados do Mercado Livre. É uma relação ganha-ganha-ganha”, afirma Pereira.

Para quem é essa plataforma?

Apesar de o Mercado Backoffice Express ser totalmente gratuito, há uma fatia de pequenos e médios empreendedores que podem aproveitar melhor a plataforma.

Para o Mercado Livre, o vendedor que vende cerca de 60 pedidos por mês (ou seja, dois por dia) já começa a ver o real valor da ferramenta. O público-alvo ideal seriam as pessoas jurídicas (incluindo os microempreendedores individuais) que possuem cerca de 300 pedidos por mês.

A partir daí, o empreendedor já começa a sentir necessidade de uma solução mais sofisticada – como o sistema pago KLP Enterprise, também do MercadoLivre.

Por enquanto, o Mercado Backoffice Express está disponível apenas para quem vende pelo Mercado Livre. Porém, a expectativa é que uma versão do Express seja oferecida também para lojas próprias e outros agregadores de lojas virtuais (“marketplaces”).

O cenário do comércio eletrônico

Na mesma coletiva de imprensa, o Mercado Livre divulgou a terceira edição do seu estudo com micros, pequenas e médias empresas brasileiras que atuam no comércio eletrônico, em parceria com o Ibope Conecta.

Ao todo, 512 empreendedores foram entrevistados: 33% deles faturam abaixo de 100 mil reais; 32% faturam de 100 mil até 250 mil reais; 14% faturam de 250 mil até 500 mil reais; 10% faturam de 500 mil até 1 milhão de reais; 6% faturam de 1 milhão até 2 milhões de reais; e, por fim, 4% faturam acima de 2 milhões de reais por ano. 52% são pessoas jurídicas; 29% atuam como MEIs; e 19% como pessoa física.

Cerca de 77% dos entrevistados declararam ter crescido em vendas, sendo que o crescimento médio foi de 41%. Enquanto isso, 20% dos empreendedores não cresceram e 3% não souberam responder.

Para 2017, as expectativas dos que trabalham com o comércio eletrônico é alta: 94% dos entrevistados esperam crescer neste ano, contra 84% em 2016 e 87% em 2015. Ou seja, é o maior percentual de otimista já visto no estudo.

Entre os fatores mais apontados para justificar o sucesso em 2017, estão a percepção de maior segurança na compra online; o aumento no número de pessoas com acesso à internet; o crescimento no número de usuários de smartphones e tablets; o maior investimento em marketing; e a busca por mais ofertas online no cenário atual da economia.

Já entre os que não esperam crescer neste ano, os principais fatores apontados para a desaceleração são instabilidade econômica; a instabilidade política; a retração do consumo; e a diminuição do poder de compra.

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