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Mercado informal do Carnaval cresce e avança via internet

Festa cresce como um bom período para o empreendedorismo. principalmente em grupos de Facebook e páginas do Instagram

MonyloPhyta, marca de acessórios para o Carnaval criada pela arquiteta Karen Prado e a publicitária Natalia Brito (Monilophyta - Instagram/Divulgação)

MonyloPhyta, marca de acessórios para o Carnaval criada pela arquiteta Karen Prado e a publicitária Natalia Brito (Monilophyta - Instagram/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de fevereiro de 2018 às 16h12.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2018 às 16h27.

São Paulo - Nem só de folia vive o carnaval. Sempre associada ao ócio, a festa cresce como um bom período para o empreendedorismo. Impulsionado pelo crescimento dos blocos e pela "montagem" de seus frequentadores, um mercado informal de marcas de adereços surgiu principalmente em grupos de Facebook e páginas do Instagram.

No início do ano, a arquiteta Karen Prado e a publicitária Natalia Brito criaram "quase que na brincadeira" a MonyloPhyta. Fãs de blocos, as duas amigas pensaram, durante uma viagem de ano-novo, primeiramente em fazer adereços de cabeça e brincos para si mesmas. "Depois que fizemos algumas peças, divulgamos em um grupo de Facebook de moradores de Santa Cecília (região central de São Paulo) e vimos que logo muita gente ficou interessada", explica Karen.

Para ela, a grande concentração de bloquinhos que sai no bairro pode ter sido um dos fatores que impulsionaram as vendas. Girassóis, margaridas, gérberas e outras flores estão nos adereços da MonyloPhyta (nome científico da samambaia).

Apesar do sucesso da empreitada, a dupla ainda não sabe se a marca sobreviverá depois da Quarta-feira de Cinzas. "Tudo é muito lúdico e bem carnavalesco. Teríamos de pensar em peças de outro tipo", diz Karen.

Vai Malandra. Letras de música - incluindo as de hits do carnaval como Vai Malandra e Que Tiro Foi Esse? - garrafinhas de catuaba e "likes" são algumas das tatuagens temporárias que a artista visual Natany Oliveira vende pelo Instagram. "A temática é variada. Normalmente são frases e desenhos divertidos e descontraídos, mas também temos coisas mais sérias. A tatuagem com os dizeres 'Não é Não é legal porque fala da questão do assédio", afirma.

Especialista em lettering - que é a arte da caligrafia artística - Natany também vê na data uma forma de ganhar clientes fixos. "É legal porque o carnaval me trouxe clientes que duram para o ano todo. As pessoas acabam conhecendo o meu trabalho e me chamam para outras coisas", explica.

Para dar conta da demanda, a artista conta com a ajuda das irmãs tanto para elaboração das frases das tatuagens quanto para a logística de distribuição. Naomy, a mais nova, costuma levar cartelas ao blocos de Belo Horizonte, onde mora, enquanto Mayara e Natany se dividem nas entregas pelo correio e em catracas de estações do metrô.

Quem usa os bodies criados por Graciela Martins e Mariana Aretz não faz a linha discreta. Paetês e muito brilho são a marca registrada da Luux, lançada em janeiro deste ano. "Percebemos que existia esse nicho para bodies feitos totalmente de paetês. A gente procurava para nós mesmas e não achávamos", explica Mariana.

Pela preocupação em manter o espírito democrático das ruas, as duas fizeram questão de produzir peças em tamanho extragrande. "Temos muita procura e é um mercado que é deixado de lado", afirmam.

Para elas, a popularização do carnaval de rua em São Paulo faz as tendências ganharem força já durante o ano. "As pessoas estão com muito mais liberdade para sair quase sem roupa nos blocos e isso se estende. Agora dá para usar o body e ir para a balada", explicam. Justamente por isso, a ideia é que o negócio perdure. "A gente sabe que a demanda nunca será igual à que temos agora, mas nós estamos na esperança de que aconteça."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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