Clóvis Souza, CEO da Giuliana Flores: empresa quer 15% do faturamento vindo do marketplace (Giuliana Flores/Divulgação)
Na floricultura Giuliana Flores, a pandemia não passou despercebida. A empresa encarou os percalços do abre e fecha dos comércios — o que inclui os shoppings — e teve de fechar metade de todos os seus 30 quiosques. A solução foi concentrar os esforços no ambiente digital.
Com a operação totalmente online, os 120 funcionários dos quiosques foram realocados para times de marketing, vendas, atendimento aos clientes, rastreamento de logística e produção de arranjos. O resultado foi um crescimento das vendas no e-commerce que representa mais do que o dobro do comercializado antes da pandemia. “O que estava projetado para 2024 aconteceu em 2020. Era como ter duas empresas a mais dentro da minha empresa”, diz Clóvis Souza, CEO da Giuliana Flores.
Nessa jornada digital, a empresa também lançou, em fevereiro deste ano, o seu próprio marketplace. Hoje, as vendas por lá representam de 4% a 5% do faturamento total da empresa, e a expectativa é triplicar isso daqui para frente. “Temos mais de 1 milhão e meio de usuários únicos em nossa página e entendemos que precisávamos aproveitar esse fluxo''.
De vinho a brinquedos e bebidas (alcoólicas e não alcoólicas), a empresa agora quer ser mais do que uma loja de flores e presentes. “Somos conhecidos como uma loja de presentes e agora queremos ser um marketplace de presentes. Aquele lugar buscado quando as pessoas desejam presentear alguém", diz o CEO.
Desde julho, a nova estratégia da empresa está baseada em esforços de marketing para reforçar essa intenção. Com o novo posicionamento de “marketplace de presentes”, a Giuliana Flores quer chegar a 300 vendedores cadastrados na plataforma até o final do ano. Hoje, são 29.
Sem detalhar as estratégias por trás do ambiente online, Souza afirma que parte desse novo esforço será comunicar aos vendedores sobre as vantagens em comercializar produtos pelo marketplace da empresa — e as condições para isso. Para poder vender itens por lá, a empresa cobrará uma margem que pode variar de 12% a 25%, dependendo da categoria do produto.
Já são mais de 7.000 itens vendidos pela plataforma, entre acessórios, bebidas, brinquedos, chocolates, instrumentos musicais, itens de decoração e casa, jóias e bijuterias e produtos para bebês e crianças.
A perspectiva, diz o CEO, é de que as vendas por marketplace dominem todas as transações do e-commerce e possam, em um futuro próximo, ditar as regras para todos os players que desejam estar ativos no ambiente online. “Não vai demorar para que fiquem para trás empresas que não tenham um marketplace próprio ou vendam por um”, diz.
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