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Mais digitais, pequenas empresas faturam 151% mais na Black Friday 2020

O volume de vendas neste ano foi 193% maior que no ano passado, quando 98,625 pedidos foram feitos. Os dados são da startup de e-commerce Nuvemshop

Pequenas empresas: as categorias mais vendidas foram moda e vestuário; saúde e beleza; artesanato e arte; casa e jardim (Nuvemshop/Divulgação)

Pequenas empresas: as categorias mais vendidas foram moda e vestuário; saúde e beleza; artesanato e arte; casa e jardim (Nuvemshop/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 11h50.

Última atualização em 2 de dezembro de 2020 às 13h22.

A loja de cosméticos naturais Relax decidiu inovar na Black Friday de 2020. Em vez de diluir as promoções ao longo de novembro, a empresa optou por concentrar as ofertas de quarta a domingo. Para atrair os clientes, deu brindes, frete por um centavo para todo o Brasil e lançou produtos novos perto da data. O resultado: aumento de 950% no faturamento na comparação com um final de semana comum. Só na Black Friday, foram faturados quase 500.000 reais, 86% da receita de novembro.

“Anunciando as ofertas quinze dias antes e começando as promoções antes da sexta-feira, conseguimos atingir nossos clientes e competir com os players grandes no marketing digital”, diz Thiago Santos, presidente e fundador da companhia, criada em 2016 como e-commerce e que hoje já soma 11 quiosques em shoppings pelo Brasil.

O caso da Relax reflete o resultado da Black Friday para as pequenas empresas brasileiras. Dados da startup Nuvemshop, de e-commerce, mostram que as PMEs faturaram de 24 a 30 de novembro cerca de 60 milhões de reais, 47% a mais que na semana anterior, e 151% mais que na semana da Black Friday de 2019. O volume de pedidos também subiu, houve uma alta de 193%.

“As marcas que focaram no seu nicho de clientes, oferecendo promoções exclusivas, com alvo claro, tiveram bons resultados”, diz Alejandro Vázquez, diretor comercial da Nuvemshop. Diferentemente dos marketplaces, em que prevalecem a venda de eletroeletrônicos, nas pequenas lojas online as categorias mais vendidas foram moda e vestuário; beleza e saúde; artesanato e arte; e casa e jardim.

Mas a pandemia teve consequências. O tíquete médio das compras diminuiu 14% em 2020, de 242 para 207 reais. Vásquez acredita que a queda seja reflexo de promoções mais agressivas em algumas categorias de produto que já tem tíquete menor de venda. “Acreditávamos que a falta de estoque seria um problema neste ano, mas vimos que os empreendedores se adaptaram ao cenário e fizeram mais promoções de produtos que tinham em estoque”, diz o diretor.

A Nuvemshop percebeu também nesta Black Friday uma integração maior das compras do mundo físico e online, com os comerciantes oferecendo descontos para clientes do e-commerce que fossem retirar o produto em loja e organizando campanhas para incentivar o cliente do mundo presencial a comprar no online. “O e-commerce se tornou um canal importante para o varejista, estão olhando com mais atenção”, diz Vásquez.

Para o comércio eletrônico como um todo, a Black Friday foi um sucesso. As vendas pela internet movimentaram 4 bilhões de reais nos dias 26 e 27 de novembro, um aumento de 25% em relação a 2019, segundo a consultoria Ebit/Nielsen.

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