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Loggi, startup de logística, é o mais novo unicórnio brasileiro

Negócio que entrega de documentos a alimentação atingiu valor de 1 bilhão de dólares com nova rodada de investimentos de 150 milhões de dólares

Loggi: Criada em 2014 para enviar documentos, startup cobre hoje 40% da população brasileira (Loggi/Divulgação)

Loggi: Criada em 2014 para enviar documentos, startup cobre hoje 40% da população brasileira (Loggi/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 5 de junho de 2019 às 10h50.

Última atualização em 7 de junho de 2019 às 17h14.

A startup de logística Loggi se tornou o mais novo unicórnio brasileiro, ou startup avaliada em um bilhão de dólares ou mais. O valuation veio após uma rodada de investimentos no valor de 150 milhões de dólares feita pelos fundos de investimento SoftBank, GGV Capital, Fifth Wall e Velt Partners, além da Microsoft.

O mercado brasileiro de entregas é especialmente atrativo: o país gasta o equivalente a 12,7% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em logística, do armazenamento ao transporte. Nos Estados Unidos, esse percentual é de 7,8%. Atualmente, a Loggi faz 100 mil entregas diárias e a meta é realizar cinco milhões de entregas por dia nos próximos cinco anos. Incluindo encomendas com maior prazo, a Loggi faz mensalmente 3 milhões de entregas em 33 cidades, com 10 mil motofretistas e motoristas de vans.

Os recursos servirão, primeiro, para montar uma equipe com mais de mil desenvolvedores. O investimento em profissionais de tecnologia começou no final do ano passado, com a compra da startup de inteligência artificial aplicada à publicidade na internet WorldSense. Cerca de 400 engenheiros foram incorporados à equipe da Loggi na época. O movimento de aquisição com foco em talentos, comum no Vale do Silício (Estados Unidos) nos anos 2013 e 2014, é chamado de acqui-hiring.

Outro objetivo com o aporte de 150 milhões de dólares é expandir a atuação geográfica da empresa por meio pontos de onde saem as entregas próximos dos consumidores. De acordo com entrevista anterior do fundador Fabien Mendez a EXAME, 80% dos recursos obtidos nos últimos anos foram direcionados a identificar e montar os hubs de entrega. A empresa começou este ano com 12 centros do tipo em toda a cidade de São Paulo, sua sede.

Histórico

Criada em 2014 para enviar documentos, a Loggi se expandiu e captou recursos para atender novas demandas. Foi dos documentos para o e-commerce, aproveitando o crescimento de 12% do comércio eletrônico em 2018, para 53,5 bilhões de reaisHoje, atende as dez maiores lojas online do país, Como Dafiti e Mercado Livre. Há um ano e meio, a Loggi começou a fazer entregas em alimentação. A ideia é aproveitar horários de atuação distintos, intercalando entregas de produtos vindos do e-commerce com refeições.

Ao todo, a Loggi já captou 295 milhões de dólares em aportes. O último aporte havia sido realizado em outubro do ano passado, também pelo SoftBank, no valor de 111 milhões de dólares. A aposta em aplicativos de entrega não é novidade para o fundo de investimentos do bilionário japonês Masayoshi Son.

São Paulo integra-se com outras metrópoles para entregas no mesmo dia ou no dia seguinte (modelo conhecido como same ou next day delivery). A região coberta same ou next day representava 35% do volume nacional de encomendas no começo do ano. Até 2020, a porcentagem deve saltar para 100%.

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