Bruno Doneda e Henrique Flores, da Contraktor: cerca de 10% da receita anual das empresas é perdida com a má gestão deste fluxo documental, sem falar no desperdício do ativo mais importante das pessoas: o tempo (Divulgação/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2021 às 08h00.
A startup curitibana Contraktor, de serviços para gestão de documentos, levou 2 milhões de reais da KPTL, gestora de venture capital fundada por Renato Ramalho. Os recursos vê do Fundo Criatec 3, do BNDES, gerido pela KPTL. O anúncio desta sexta é o primeiro de uma rodada capaz de movimentar até 5 milhões de reais para a startup.
Fundada em 2017, a missão da Contraktor é cuidar de um gargalo tremendo nas empresas: a gestão da papelada. O negócio da Contraktor é digitalizar todo tipo de processo capaz de gerar algum tipo de documento com alto potencial de ficar esquecido em algum escaninho da firma.
O mercado de digitalização de documentos deu um salto no ano passado com a pandemia e a corrida das empresas pelo home office. Em 2018, a DocuSign, líder global no setor, comprou a concorrente Spring CM por 220 milhões de dólares. Pouco antes da pandemia, o unicórnio indiano Icertis levantou 115 milhões de dólares.
No mês passado, a paulistana unico, que nasceu com digitalização de documentos e hoje atende está no mercado de biometria, recebeu aporte de 625 milhões de reais dos fundos General Atlantic e Softbank.
A missão da Contraktor é acelerar o processo de fechamento de negócios pelas empresas. Bruno Doneda, CEO da startup, conta que lá atrás identificou vários gargalos nesse movimento, quando a maioria do mercado ainda ignorava os benefícios dos documentos digitais.
“Hoje cerca de 10% da receita anual das empresas é perdida por conta da má gestão deste fluxo documental, sem falar no desperdício do ativo mais importante das pessoas: o tempo. Para resolver isso, democratizamos a tecnologia de modo a reduzir a burocracia, revolucionando a maneira como pessoas e empresas celebram negócios e contratos”, diz.
Essencialmente a Contraktor é um Software as a Service (SaaS) focado em pequenas e médias empresas que também atende grandes clientes como Unimed e Branco do Brasil.
A partir de março de 2020, a pandemia deixou claro o potencial para digitalizar, que os empreendedores previram lá atrás. “Resolvemos ser protagonistas dessa mudança. A pandemia impulsionou a Contraktor. Tivemos um crescimento de 260% ano passado”, diz Doneda.
Segundo Henrique Flores, CPO da Contraktor, a estratégia de crescimento está atrelada a uma valiosa experiência prévia de uso do produto para facilitar a conversão dos clientes. “Investiremos o aporte em amadurecimento do produto. Além da expansão dos times para dar velocidade às integrações com outros softwares. Enxergamos como uma oportunidade, pois hoje é preciso usar quatro ou cinco sistemas separados. Podemos integrar programas e resolver o problema do cliente, automatizando toda a cadeia de contratação”, afirma Flores.
Antes deste aporte do Fundo Criatec 3, a Contraktor já havia recebido um investimento da Preâmbulo Tech, companhia de soluções jurídicas digitais que também faz parte do portfólio da KPTL. A Contraktor já participou de três programas de aceleração, entre eles o Seed, promovido pelo Governo de Minas Gerais, o da VISA e o TheHop, da cervejaria espanhola Estrella Galicia. Além disso, tem o selo “Scale-Up Endeavor”, pertencendo a um programa mundial que contempla um grupo de empresas de alto potencial de crescimento.
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