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Impulsionado pela pandemia, setor de saúde já soma 430 startups no Brasil

A Liga Ventures, em parceria com a PwC e a Danone Nutrícia, lançou um novo mapeamento das healthtechs brasileiras

Vitor Asseituno e Guilherme Berardo, cofundadores da Sami: a startup recebeu em outubro um aporte de 86 milhões de reais (Sami/Divulgação)

Vitor Asseituno e Guilherme Berardo, cofundadores da Sami: a startup recebeu em outubro um aporte de 86 milhões de reais (Sami/Divulgação)

CI

Carolina Ingizza

Publicado em 16 de março de 2021 às 14h05.

Última atualização em 17 de março de 2021 às 10h40.

A pandemia do novo coronavírus causou uma revolução na saúde. Para dar conta do alto volume de atendimentos remotos e em hospitais, o setor precisou se reinventar. Nesse processo, as startups de saúde, chamadas de healthtechs, ganharam espaço. Segundo levantamento feito pela consultoria de inovação aberta Liga Ventures, hoje são mais de 430 startups que oferecem soluções para o setor. 

O número faz parte de um levantamento que a empresa fez em parceria com a consultoria estratégica PwC Brasil e da Danone Nutrícia. Segundo a Liga Ventures, hoje são 438 startups ativas em mais de 78 cidades do Brasil. 

Essas empresas se dividem em 35 áreas de atuação diferentes. Dentre elas, as mais comuns são as de buscadores e agendamentos (7,31%); gestão de processos (7,31%); exames e diagnósticos (6,62%) e planos de saúde (6,39%). 

Mas não é só o número de empresas que tem crescido, os investidores também estão de olho no setor. No ano passado, segundo a startup Distrito, as healthtechs brasileiras receberam 106,1 milhões de reais em aportes em 53 rodadas de investimento. O volume é 70% superior aos 62 milhões de dólares captados em 2019.

A paulista Sami é uma das healthtechs que receberam investimentos no ano passado. Fundada em 2018, a startup anunciou em outubro ter fechado uma rodada de 86 milhões de reais liderada pelos fundos Valor Capital Group (Gympass, Loft) e Monashees (Rappi, 99). Com o capital, os sócios Vitor Asseituno e Guilherme Berardo lançaram seu próprio plano de saúde voltado para pequenas empresas e autônomos.

O movimento de fusões e aquisições também afetou as startups de saúde. Segundo o Distrito, foram 12 transações em 2020, três delas realizadas pela Afya Educacional, que comprou as já consolidadas iClinic (de gestão de consultórios) e Pebmed (que oferece software de decisão clínica), além da novata MedPhone (que oferece ferramentas para médicos no consultório).

Liga Ventures

O levantamento da Liga Ventures faz parte de uma mudança de posicionamento da empresa. Desde 2020, cinco anos após sua fundação, a companhia deixou de ser apenas uma aceleradora para trabalhar no mapeamento do ecossistema de inovação brasileiro e ajudar grandes empresas a se engajar com as startups. 

O levantamento sobre healthtechs faz parte do Startup Scanner, uma ferramenta de monitoramento em tempo real do cenário brasileiro feita pela Liga Ventures com base em dados de mais de 17.000 startups cadastradas. Além do mapeamento do setor de saúde, a empresa já fez estudos sobre os mercados de energia, vendas e alimentação, por exemplo. 

“Nosso principal objetivo com o Startup Scanner é fornecer informações confiáveis e dinâmicas sobre a evolução do cenário de startups no país, além de corroborar para que soluções relevantes, como as oferecidas pelas healthtechs, tenham mais visibilidade no mercado”, diz Raphael Augusto, diretor de inteligência e estudos de mercado e Startup Hunter da Liga Ventures.

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