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Hora da merenda orgânica

Como a americana Shazi Visram fez a Happy Family faturar 35 milhões de dólares no ano passado vendendo comida orgânica para bebês em 30 países

Shazi e seu marido, Joe, com Zane, filho do casal: alimentação saudável (Divulgação)

Shazi e seu marido, Joe, com Zane, filho do casal: alimentação saudável (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2012 às 06h00.

São Paulo - A americana Shazi Visram, de 35 anos, cansou de ouvir suas amigas se queixarem da dificuldade de encontrar comida orgânica para seus bebês. "Como eu, muitas eram adep­tas de uma alimentação saudável, sem agrotóxicos ou produtos químicos", diz Shazi. "Elas não queriam dar qualquer papinha indus­trializada aos filhos."

Shazi enxergou aí uma oportunidade de ganhar dinheiro. Em 2006, ela juntou suas economias e fundou a Happy Family, fabricante de comida orgânica para bebês e crianças, que faturou cerca de 35 milhões de dólares no ano passado.

Com a Happy Family, Shazi deu seus primeiros passos num mercado bastante promissor. No ano passado, as vendas de comida pronta para bebês nos Estados Unidos chegaram a 1,25 bilhão de dólares, segundo o instituto de pesquisa Center for Science in the Public Interest.

Num setor dominado por grandes empresas de alimentos, como Nestlé e Heinz, o desafio de Shazi era vender uma marca desconhecida pela maioria das consumidoras. No início, ela própria saía pelas ruas de Nova York, onde mora, distribuindo folhetos sobre a importância da alimentação saudável para crianças e explicando os fundamentos da comida orgânica. 

No começo, os produtos da Happy Family eram vendidos em pequenas lojas de artigos para bebês de Nova York. A propaganda boca a boca despertou o interesse de comerciantes das cidades vizinhas, que passaram a vender os potinhos com misturas de legumes, verduras, frutas e outros ingredientes orgânicos.

Depois de se tornar conhecida regionalmente, a empresa fechou contratos com grandes redes de varejo, como Whole Foods Market e Target. Hoje, os produtos da Happy Family estão nas prateleiras de 17.000 pontos de venda nos Estados Unidos.

Outra estratégia importante da Happy Family é formar laços com mães que mantêm blogs sobre saúde infantil para que elas divulguem a marca. "Nesse mercado, o caminho mais rápido para conquistar uma cliente é a indicação de outra mãe", diz Shazi. Para estimular esse tipo de divulgação, a Happy Family mantém parcerias com mais de 50 blogueiras de 27 estados americanos.

Elas recebem uma ajuda de custo para promover ações de marketing locais, como eventos sobre alimentação para bebês e crianças e aulas de culinária orgânica. Chamadas de Happy Moms, elas escrevem textos sobre os produtos da empresa em seus blogs. Frequentemente, elas ganham amostras das papinhas orgânicas para distribuir na vizinhança e em locais como creches e escolas. 

Quando fundou a Happy Family, Shazi cursava MBA e não tinha filhos. Hoje, ela é mãe de Zane, de 3 anos. Seu marido, o instrutor de ioga Joe Kulak, de 36 anos, é um dos responsáveis pela área comercial da empresa. É dele parte da responsabilidade de dobrar o faturamento neste ano, chegando a 70 milhões de dólares de receita.

Para atingir o objetivo, Shazi investiu na produção de alimentos para crianças um pouco maiores. Desde janeiro, foram lançados 15 novos produtos, como salgadinhos de frango e legumes orgânicos, sorvetes de iogurte e sopas prontas. Além disso, Shazi lançou uma linha de DVDs e livros sobre alimentação natural para bebês e crianças.

Hoje, a marca está presente em 30 países, entre os quais China, Austrália e México. "Meu sonho é construir uma empresa que promova a alimentação saudável e faça bem para meu filho, Zane, e para as crianças de sua geração", diz Shazi. 

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