Nova Casa Alice, da healthtech Alice, no bairro de Moema, em São Paulo | Foto: Divulgação (Alice/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2022 às 07h01.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2022 às 13h22.
A healthtech Alice, primeira gestora de saúde do Brasil, anuncia nesta quinta-feira, dia 24, a expansão de sua parceria com a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um dos principais hubs de excelência em saúde do país.
Além do Hospital BP, uma das unidades hospitalares da instituição, os membros da healthtech passam a contar com o acesso ao BP Mirante, unidade voltada ao público da carteira executiva, com atendimento mais personalizado e digital.
Nessa unidade as especialidades são lideradas por profissionais de referência na alta complexidade, como Oncologia, Cardiologia e Neurologia.
A Alice começou a operar há menos de dois anos e é especializada em gestão de saúde no modelo de resultados para o paciente, conhecido como value-based health care em inglês.
Chegou em janeiro à marca de 7.000 clientes -- ou membros, como prefere chamar --, o que representa um crescimento da ordem de 40% em apenas dois meses.
Neste primeiro momento, mais de 900 membros da Alice estão elegíveis ao BP Mirante. No Hospital BP, cuja parceria está prestes a completar um ano, os clientes elegíveis já passam de 6.000.
“A BP tem sido uma grande parceira nossa na condução dessa nova relação baseada em um modelo value-based health care, ou seja, em saúde baseada em resultados”, afirmou André Florence, CEO e cofundador da Alice.
Em operação desde junho de 2020, a Alice tem ampliado gradualmente sua rede de cobertura e é atualmente parceira de 11 hospitais -- além da BP, há coberturas para o Einstein e o Oswaldo Cruz, entre outros -- e mais de 200 laboratórios considerados de excelência da cidade de São Paulo. Além disso, a healthtech oferece mais de 150 profissionais especialistas que atendem apenas a Alice ou consultas particulares.
"Acreditamos que a saúde precisa ser vista de forma integral e a partir da lente de cada indivíduo. Ao colocar as necessidades do cliente no centro das ações, medir os resultados pelo desfecho e qualidade e atrelar a isso o valor, entendemos que existe um caminho real para a mudança que desejamos ver no futuro da saúde”, disse Patrícia Holland, diretora executiva de Desenvolvimento de Negócios e Expansão da BP.
Em dezembro, a Alice anunciou um aporte de 127 milhões de dólares (cerca de 730 milhões de reais ao câmbio da época) em uma rodada Series C liderada pelo SoftBank e acompanhada por outros investidores.
Foi o maior valor já recebido por uma healthtech da América Latina, evidenciando não só o potencial de disrupção do mercado de saúde como o potencial de crescimento da Alice na visão dos investidores.
A expansão da rede de parceiros acontece em paralelo com o ganho de escala da healthtech e com o que poderiam ser classificados como testes de estresse do modelo, com o uso mais intenso dos serviços pelos clientes.
Em janeiro, a healthtech atingiu a marca de mais de 5.000 atendimentos apenas em sua operação de atenção primária. Foram atendimentos endereçados pelos chamados Times de Saúde (TdS), equipes de atenção primária que fazem o monitoramento dos membros de modo digital. Foi um crescimento de 33% comparado a dezembro.
Dos 5.000 atendimentos, 80% foram realizados devido a infecções respiratórias, em boa parte causadas pela nova onda de Covid. Foram mais de 1.100 casos suspeitos, com 372 confirmados, segundo dados divulgados. Nos casos necessários, os times realizaram o encaminhamento ao pronto-socorro e acompanham a evolução do membro até a alta.
"Estamos conseguindo passar pelas diversas ondas de pandemia mantendo a qualidade do nosso atendimento e fazendo a coordenação de cuidado", disse Guilherme Azevedo, um dos fundadores da Alice.
“Em janeiro, 94% dos membros da Alice que precisaram ser direcionados ao hospital por causa do diagnóstico positivo de Covid foram acompanhados pelos Times de Saúdes.”
O modelo de value-based heath care é adotado de forma ampla nos Estados Unidos. A tese é que o sistema de saúde deve considerar a qualidade do serviço prestado ao paciente e o resultado de melhora de saúde, de modo a melhorar a eficácia do uso dos recursos.
Isso significa que tanto a rede de parceiros como hospitais e clínicas e médicos especialistas são remunerados com base em indicadores que mostrem a evolução da saúde e do bem-estar do paciente, e não em número de procedimentos.
São indicadores como taxa de complicação, taxa de infecção da cirurgia, tempo da cirurgia e até a melhora do Índice de Massa Corporal, entre outros. Ou seja, o objetivo é fazer uso de incentivos que reflitam a melhora na saúde.
O modelo da Alice tem foco na atenção primária, como é chamado o contato inicial com o paciente. Um time de saúde formado por médico, enfermeiro, preparador físico e nutricionista responde pelo acompanhamento de cada membro da healthtech ao longo de sua jornada. Indicadores qualitativos atestam a eficácia do modelo.