Escritório da Gympass em São Paulo: expoente brasileiro em saúde corporativa (Germano Lüders/Exame)
Mariana Fonseca
Publicado em 12 de junho de 2019 às 05h00.
Última atualização em 23 de outubro de 2019 às 21h30.
A plataforma corporativa de atividade física Gympass é o mais novo unicórnio brasileiro, ou startup avaliada em um bilhão de dólares ou mais. O negócio que procura acabar com o sedentarismo recebeu um novo aporte de 300 milhões de dólares que lhe deu uma avaliação de mercado de mais de um bilhão de dólares.
"O sedentarismo é o quarto maior risco para a mortalidade. Estamos atacando um dos maiores problemas do mundo", afirmou o fundador Cesar Carvalho a EXAME.
O investimento foi liderado pelo conglomerado de telecomunicações SoftBank, por meio dos fundos Vision e Innovation/Latin America. A rodada foi acompanhada por antigos investidores do Gympass, como os fundos Atomico (investidor em startups como Lime, Rovio e Pipedrive), General Atlantic (Alibaba, Uber e Quinto Andar) e Valor Capital Group (CargoX, Pipefy e Stone Pagamentos).
"Há poucas empresas tão bem sucedidas quanto o Gympass na transição para o sucesso global", afirmou em comunicado Marcelo Claure, CEO do SoftBank Innovation Latin America Fund. "Estamos entusiasmados em trabalhar com Cesar e sua equipe para acelerar a estratégia na América Latina e além."
Criado pelos empreendedores Cesar Carvalho, Vinicius Ferriani e João Thayro em 2012, o Gympass já atende 2 mil empresas para oferecer sua plataforma com 47 mil academias em 8 mil cidades de 14 países como um benefício corporativo. No Brasil, a startup atende 1,463 mil cidades com 735 modalidades de exercício em 21 mil academias.
É possível usar o Gympass como um benefício corporativo ou como usuário final, por meio de uma assinatura mensal a partir de 29,90 reais para funcionários de empresas. A startup costuma atender grandes corporações, como o grupo de jogos Activision Blizzard; o grupo de call centers Atento; a gigante de papéis Klabin; o banco Santander; e a multinacional de bens de consumo Unilever. De acordo com o Gympass, o uso da solução reduz a evasão dos funcionários em 5%.
O marketplace de modalidades esportivas está na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa. Com os novos 300 milhões de dólares, a expansão deverá chegar também ao continente asiático (ainda sem país definido).
"Queremos que todo diretor de recursos humanos nas regiões que atuamos saiba o que é Gympass e possa testá-la com pilotos oferecidos por nós. Estamos em quase todos os países do Ocidente e agora planejamos entrar em um mercado inexplorado", afirma Carvalho.
Outro destino do aporte será em personalização da experiência do usuário, dando recomendações de atividades físicas e de academias com base em seu histórico de aulas e localização geográfica.
Por fim, empresas e proprietários de academias deverão receber análises de dados mais precisas para melhorarem seus empreendimentos. Sete a cada dez usuários da Gympass não pagavam academia até usarem a plataforma, o que representa uma boa parte de dados novos aos clientes da startup.
O investimento em desenvolvimento deve ser acompanhado por contratações. O Gympass possui cerca de mil funcionários e espera ter mais 300 deles até o final deste ano, com mais contratações na área de tecnologia.