EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h12.
Os investimentos sociais de uma empresa devem seguir suas competências de negócios. Esta é uma das premissas de atuação da Fundação Schwab, criada em 1998 por Klaus Scwab, o mesmo que idealizou o Fórum Econômico Mundial. "Um banco, por exemplo, poderia criar modelos inovadores de financiamento para as classes C e D", diz Pamela Hartigan, diretora-geral da fundação. Para ela, o desafio é que as companhias incorporem em sua própria core competence o objetivo da transformação da realidade social e econômica. "Estamos um pouco longe de chegar a essa utopia", afirma.
O modelo proposto pela fundação também é diferente para as organizações não-governamentais (ONGs). Segundo a diretora da entidade suíça, as ONGs atuam em geral voltadas a problemas pontuais, ou no campo do protesto. "Creio que o mundo já está bem consciente e o que necessitamos agora são soluções práticas, que funcionam, para ter um mundo diferente. Os empreendedores sociais vêem e fazem dos problemas oportunidades. Por isso são muito pouco ideológicos, porque a ideologia não permite ver as oportunidades."
Pamela, economista equatoriana com dez anos de experiência na Organização Mundial da Saúde, afirma que o mercado pode ser plataforma para a criação de valor social. "Para nós, a distinção entre organizações com fins lucrativos e sem fins lucrativos é meramente legal."
Neste ano, a fundação escolheu Campinas (SP) para realizar sua reunião anual. Entre os 84 empreendedores sociais apoiados pela fundação, há nove brasileiros - entre eles Rodrigo Baggio, do Comitê para Democratização da Informática.