Empreendedora: S somente cerca de 22% de todas as startups são fundadas por pelo menos uma mulher, segundo a pesquisa (Foto/Getty Images)
Mariana Fonseca
Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 14h24.
Última atualização em 22 de janeiro de 2019 às 14h27.
Em um ano turbulento, que foi da greve dos caminhoneiros às eleições presidenciais, o mercado de franquias registrou 7% de crescimento em 2018. Os principais responsáveis pelo número foram as redes de alimentação e de serviços.
A expansão da receita foi mais desacelerada do que a visto em 2017, 2016 e 2015, com altas anuais respectivas de 8%, 8% e 8,3%. Mesmo assim, o faturamento passou pela primeira vez a marca de 170 bilhões de reais.
O balanço parcial do desempenho do setor de franchising foi divulgado hoje pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). O total de unidades subiu 5%, contra os 2% vistos em 2017. O número de redes franqueadoras cresceu 1%, porcentagem que, em 2017, ficou negativa).
As franquias geraram 1,3 milhão de empregos diretos em 2018, aumento de 8% sobre o ano anterior. Em 2017, essa porcentagem havia sido de apenas 1%. Enquanto isso, a taxa de mortalidade das franquias ficou entre 1 e 2%, número bem abaixo do último ano, que rondou 5%.
O crescimento de 7% no faturamento do franchising deve-se principalmente ao quarto trimestre do ano passado, que contou com a definição eleitoral e com o sucesso de vendas em eventos como Black Friday e Natal.
“A confiança do empresariado aquece a busca das franquias pelos candidatos, enquanto a confiança do consumidor significa que ele está disposto a tomar mais crédito para consumir”, resume André Friedheim, presidente da ABF, na coletiva de anúncio dos resultados.
Os resultados positivos estão principalmente no setor de serviços. “Estamos em uma fase de profissionalização. O consumidor procura agora empresas mais formalizadas, como uma oficina mecânica que conta com profissionais uniformizados e ambiente limpo, por exemplo”, diz Friedheim.
Dentro de serviços, atividades administrativas, de lazer e de hotelaria são as mais destacadas. Outro setor quente é o de alimentação, tradicional no franchising e que contribuiu ao crescimento de 7%. Mais detalhes sobre a alta de cada uma das áreas do franchising serão dados no próximo mês.
Acreditando na retomada do crescimento econômico, a ABF projeta um crescimento de 8 a 10% do franchising em 2019. Se concretizados os 10%, o setor cresceria em uma ordem de dois dígitos, feito que não ocorre desde 2013. “Estamos esperançosos, diante de uma situação econômica mais favorável. A taxa básica de juros em menor patamar, por exemplo, aumenta a propensão a investir em novos negócios”, diz Friedheim.
O aumento no faturamento deve acompanhar a subida na geração de emprego, que deve ser de 5%; a expansão das unidades, que também tem a projeção de alta de 5%; e de número de redes, que pode aumentar 1%.