São Paulo - As microfranquias tinham, até o começo do ano, investimento inicial de até 50 mil reais. Segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o valor passou para 80 mil reais, acompanhando os movimentos da economia brasileira. "O Banco Mundial considera como microfranquia quando o investimento é de até três vezes o valor do PIB per capita, que é de mais ou menos 12 mil dólares", explica Edson Ramuth, diretor de microfranquias da ABF.

Agora, as franquias baratas passam a custar até 80 mil reais, possibilitando que os empreendedores tenham mais opções de baixo investimento. "Nosso PIB per capita está em evolução, mas não é o ideal ainda. Essa evolução equilibra o perfil do investimento. A gente está falando de pessoas que estão trocando o mundo do emprego pelo do trabalho próprio", opina Arthur Hipólito, sócio do grupo Zaiom, detentor de mais de cinco tipos de microfranquias. 

Com um valor maior, novas marcas passam a integrar esta categoria, até então dominada pelas franquias de serviços. "A mudança de valor não gera grandes impactos, mas algumas franquias que não estavam passam a estar dentro desse novo teto como microfranquias", opina André Friedheim, consultor da Francap. 

É o caso da rede carioca Megamatte. A marca está testando um novo modelo de negócio que teria investimento entre 70 mil e 80 mil reais. "Será um espaço de 9 metros quadrados, só com os campeões de venda disponíveis. Esse modelo é resultado muito fortemente do lançamento da embalagem Tetra Pak dos nossos mates", explica Rogério Gama, diretor de desenvolvimento da MegaMatte. O novo negócio, segundo expectativas, deve faturar até 20 mil reais, com retorno de 20% a 25%. 

Hoje, o mercado tem 368 microfranquias, que representam 4% do faturamento de 103 bilhões de reais do setor, segundo a ABF. O crescimento, em relação a 2011, foi de 22%, com faturamento de 4,5 bilhões de reais. Em unidades, já são 13352 microfranquias. "A gente imagina que o mercado deve ter crescimento de 25% ao ano, em unidades e franqueados, pela grande demanda", diz Ramuth. 

Segundo Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF, é preciso pesquisar e certificar-se do desempenho da rede antes de escolher o negócio. “Antes de comprar, veja quais são as propostas, como está formatado o contrato e fale com os franqueados para saber se eles estão satisfeitos com a marca", sugeriu Camargo, durante coletiva de imprensa da ABF Franchising Expo 2013.