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Franquia virou coisa de gente grande, diz presidente da ABF

Para o executivo da Associação Brasileira de Franchising, o setor está ganhando a atenção do mundo, mas ponto comercial e mão de obra desafiam crescimento

Ricardo Bomeny, presidente da ABF: microfranquias devem continuar fortes (Divulgação)

Ricardo Bomeny, presidente da ABF: microfranquias devem continuar fortes (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 06h00.

São Paulo – Nesta semana, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) se prepara para bater mais um recorde. Depois do faturamento inédito de 88 bilhões de reais em 2011, a ABF vai promover a maior feira de franquias do mundo, a ABF Franchising Expo 2012. Serão 31 mil metros quadrados, 470 expositores e uma expectativa de público de 50 mil pessoas entre os dias 13 e 16. Os números superlativos demonstram um pouco o que acontece com o setor de franquias no Brasil.

No ano passado, foram abertas mais de 7 mil novas unidades e cada vez mais gente quer largar o emprego e virar franqueado. Apesar dos riscos de uma franquia, a chance de começar a empreender com uma marca testada e já conhecida é bastante sedutora. Para Ricardo Bomeny, que ocupa a presidência da associação há quatro anos, os franqueados buscam a segurança do modelo.

Bomeny, que divide a posição na ABF com a administração do grupo BFFC, controlador de marcas como Bob’s e KFC, falou com exclusividade a Exame.com sobre a feira, as expectativas e os desafios do setor de franquias.

Exame.com – Neste ano, a ABF organiza a maior feira do mundo. O que vocês esperam do evento?
Ricardo Bomeny -
A gente fez um aumento no tamanho da feira e ela está passando a ter mais uma parte do Expo Center Norte. Vamos para 31 mil metros quadrados de espaço e 13 mil metros quadrados de área construída. Estamos esperando 470 expositores e 50 mil visitantes, o que torna essa feira a maior do mundo. Ano passado, tínhamos sido a segunda maior, perdendo apenas para o evento de Paris. É um grande momento de networking de toda indústria, desde a parte de shopping center até os fornecedores e consultores.


Exame.com – Quais tendências devem se reforçar entre as franquias neste ano?
Bomeny -
Uma tendência que já vem se firmando é a microfranquia, que tem crescido muito pelo valor do investimento e pelo regime tributário, beneficiado pela ampliação do Supersimples. Outra tendência que estamos vendo também, e que já vinha nos anos anteriores, é o interesse internacional na entrada no Brasil. Estamos estimando 15 delegações internacionais. O franchising no Brasil virou coisa de gente grande.

Exame.com – Como você avalia essa evolução do setor?
Bomeny -
A gente vem assumindo no Brasil um grau de maturidade no setor de franchising. O setor e a economia brasileira têm uma posição mundial de bastante destaque. Isso traz segurança. O setor sempre foi conhecido por ter mais segurança do que a empresa de iniciativa própria em função de você ter uma marca já testada no mercado e ter o suporte do franqueador. Existe um vetor de interiorização do franchising no Brasil muito forte. Você tem diversas cidades com cerca de 200 mil habitantes com uma presença do franchising bastante razoável, seja porque os shoppings estão chegando ou porque muitos prefeitos estão tornando possível novas marcas, com novos acordos.

Exame.com – Quais são os desafios das franquias brasileiras?
Bomeny -
Um desafio é o ponto comercial. Ficou caro ter ponto e é um efeito para o varejo como um todo. Por isso, se torna preponderante criar alternativas de empreendimentos imobiliários, em aeroportos ou no interior. E outra questão está que sendo desafiadora é a mão de obra. Isso é efeito do crescimento. A notícia do crescimento é muito boa, mas vem acompanhada dos desafios.

Exame.com – Quais são suas expectativas para o setor nos próximos anos?
Bomeny –
A gente pode esperar um crescimento bastante arrojado, muito acima da economia brasileira. Nos últimos sete anos, o franchising tem crescido dois dígitos e nos próximos cinco anos deve continuar. É um setor que vem se profissionalizando muito. É um crescimento agressivo, mas com cuidado de ser sustentável.

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