O empreendedor Silvio Torres, dono da Link Monitoramento (Carol Gelinsk/Link Monitoramento/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 27 de março de 2018 às 06h00.
Última atualização em 27 de março de 2018 às 15h51.
São Paulo – O empreendedor Silvio Torres atua há 18 anos no setor de monitoramento de veículos e há nove decidiu criar o seu próprio negócio, a Link Monitoramento. Para configurar o empreendimento, ele focou em resolver os principais problemas que encontrava nas empresas do setor onde já trabalhou. O modelo deu certo e a empresa faturou 39 milhões em 2017.
Um dos principais gargalos, segundo Torres, era a centralização do serviço. “A primeira atitude foi descentralizar a operação. Percebi que cada localidade tem suas especificidades, havia diferenças de fuso, e a gestão descentralizada ajuda a nos aproximar do cliente”, conta.
Por isso, Torres optou por um modelo de franquias. Hoje a Link Monitoramento tem 40 unidades espalhadas pelo país, sendo que cada uma delas funciona como uma empresa separada, com sua central de monitoramento própria.
Outro gargalo observado estava na qualidade do serviço oferecido. O empreendedor conta que já atuou em empresas que pagavam os técnicos por visita ao cliente. “Com isso, acontecia dele fazer o trabalho mal feito só para voltar depois e fazer o reparo, o que custava para empresa e deixava o cliente insatisfeito”, diz.
É por isso que os funcionários das franquias da Link são contratados via CLT, e ganham bônus quando a instalação não dá problemas.
Apesar de benéficas para o cliente, essas medidas encarecem o serviço. Torres afirma, porém, que o custo vale a pena. “Isso encarece o serviço, mas eu ganho em fidelização de cliente. Não adianta ter um produto mais barato se o cliente fica insatisfeito”, afirma.
As apostas parecem ter sido acertadas. Há nove anos no mercado a Link Monitoramento tem hoje 40 unidades espalhadas pelo país, e 50 mil carros monitorados. “Em nove anos, tivemos apenas uma menção no Reclame Aqui.”
Ao contrário do que recomenda a cartilha do franchising, a Link já entrou no mercado como franquia. “Eu queria montar o negócio, mas não tinha dinheiro para investir. Montei o modelo e comecei a vender as primeiras franquias para levantar o capital e iniciar o negócio. Eu era muito conhecido no meio, então as pessoas confiaram”, diz.
Além dos franqueados, Torres contou ainda com três sócios investidores que ajudaram a fazer a empresa crescer. Cada um deles tem uma unidade da Link, assim como o próprio Torres, que deu sua franquia para o filho. Já a franqueadora mantém quatro unidades próprias. Lançado em 2009, o negócio recebeu investimentos até 2016, num total aproximado de 6 milhões de reais.
Segundo Torres, o rastreamento de veículos tem muitas outras serventias além do suporte em caso de roubo. “Temos um sistema de gestão de frota, pelo qual é possível acompanhar quando vence a CNH do motorista, quando é preciso trocar o óleo, quantas passagens o veículo teve pelo Sem Parar, quantas vezes abasteceu, dentre outros pontos”, explica.
O empreendedor conta que o serviço pode inclusive ser contratado por pessoas físicas. O serviço tem o valor mensal de 79,90 reais, fora o custo da instalação do rastreador, que pode chegar a 590 reais.
Além de veículos, o rastreamento pode ser usado para monitorar máquinas diversas de tratores a filmadoras
Torres já atuou como lavador de carros e chegou a vender maçãs no farol. “Ia onde achava que pudesse ganhar dinheiro”, lembra.
Quem tiver interesse em investir numa unidade da marca deve estar preparado para desembolsar cerca de 400 mil reais, sendo 100 mil reais só de taxa de franquia, mais 45 mil reais para montagem da unidade e 250 mil reais de capital de giro.
A unidade passa a conseguir se manter financeiramente a partir de 500 carros monitorados. O faturamento médio mensal de um franqueado é de 80 mil reais, e o lucro médio fica em 25 mil reais mensais (31%, uma fatia gorda se comparada com outras redes).
Porém, é sempre bom lembrar que, antes de colocar seu dinheiro no negócio, o empreendedor deve pedir acesso à COF (Circular de Oferta de Franquia), pesquisar o histórico do negócio e conversar com atuais e ex-franqueados da rede.
A expectativa da Link Monitoramento é crescer 8% em número de clientes e ter pelo menos mais 10 unidades até o fim de 2018.