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Franqueados Cacau Show reclamam de perda de lucratividade

Produtos com pouca saída e atraso em entregas também são reclamações de franqueados, que criaram associação própria

Franqueados criam associação para levar reclamações à rede

Franqueados criam associação para levar reclamações à rede

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2010 às 09h52.

São Paulo - Um grupo de franqueados da marca Cacau Show criou uma associação para levar uma série de reclamações à franqueadora, entre elas a perda de lucratividade da marca.

Os franqueados alegam que mudanças na tributação aliadas a exigências de que eles comprem itens que não têm boa saída no ponto de venda teriam levado à redução na lucratividade. Outra reclamação apresentada é o atraso na entrega de produtos, especialmente em datas cruciais para os negócios, como Natal e Páscoa.

De acordo com Paulo Henrique Tavares, sócio do escritório Vieira | Tavares Advogados Associados, representante legal da Associação dos Franqueados Cacau Show (AFCS), que tem cerca de 200 associados, o objetivo não é entrar em litígio com a marca, mas sim abrir um canal de comunicação com a rede. “Estamos de forma insistente tentando marcar uma reunião com a franqueadora para discutir o assunto, mas a Cacau Show não reconhece a associação”, diz o advogado.

Um franqueado da rede, que pediu anonimato, afirma que viu a lucratividade da sua loja decrescer cerca de 10% ao longo dos últimos dois anos devido a fatores como a substituição tributária e aumento na cobrança das taxas de mídia.

“Além disso, eles só disponibilizam alguns produtos importantes para as lojas em ‘pacotes’ que incluem outros itens que não têm uma saída tão expressiva”, destaca o franqueado. “A marca promete margem de lucro de aproximadamente 30%, mas, diante dos problemas enfrentados, esta lucratividade vem diminuindo gradualmente”, afirma Tavares.

Outro problema que os franqueados alegam enfrentar é o atraso na entrega de produtos, especialmente em datas de alta demanda. “Falta um mês para o Natal e ainda não recebemos nenhum item da linha de produtos natalinos, exceto pelos panetones”, diz outro franqueado.

Procurada pela EXAME.com, a Cacau Show se manifestou apenas por meio de comunicado. A rede afirma que o canal de comunicação oficial entre franqueado e franqueador é o Conselho dos Franqueados, criado há cerca de seis meses.

O conselho se reúne trimestralmente com representantes de franqueados de todo o Brasil e teria adesão de 95% dos franqueados, segundo a rede. “O Conselho de Franqueados é o foro para tratar de todas estas questões e o mesmo já se comprometeu a receber os representantes da associação na próxima reunião do grupo”, diz o comunicado.
 


A rede afirmou ainda que faz investimentos constantes em logística e que desde 18 de novembro “as lojas de todo o País já estão abastecidas com 70% dos pedidos realizados para a campanha de Natal”.

Sobre a obrigatoriedade de adquirir produtos que não são do interesse do franqueado, a rede afirma que “é fundamental que todas as lojas possam oferecer o mix de produtos, para, assim, garantir a satisfação do cliente quando opta pela Cacau Show”. Por fim, posicionando-se sobre a questão tributária, a rede alega que os impostos que incidem sobre o negócio não são de responsabilidade da Cacau Show, mas sim dos governos municipais, estaduais e federal.

A Cacau Show inaugurou recentemente a sua milésima loja e segue em ritmo de expansão. O investimento para abertura de uma loja da marca é a partir de 100 mil reais, com retorno entre 18 e 24 meses. O faturamento estimado pela marca é de 45 mil reais mensais para lojas de rua e 60 mil reais para lojas de shopping e a taxa de royalties paga pelo franqueado é de 50% do valor de compra.

A marca faturou 680 milhões de reais no ano passado, sendo 272 milhões de reais com a sua fábrica e o restante proveniente das lojas. A empresa espera romper a marca de 1 bilhão de reais de faturamento neste ano.

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