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Fintech promete dar crédito para pequenas empresas em até 2 horas

A TrustHub nasceu para suprir a demanda de PMEs por antecipação de recebíveis sem grandes burocracias.

 (SIphotography/Thinkstock)

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Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 15 de novembro de 2017 às 11h00.

Última atualização em 16 de novembro de 2017 às 09h34.

São Paulo – Um grande gargalo para as pequenas e médias empresas é a falta de capital de giro: ter dinheiro sobreviver enquanto o pagamento de um cliente não chega, ou então conseguir quitar as despesas trabalhistas de final de ano, por exemplo.

Geralmente, quem não tem esse capital deve recorrer a uma antecipação de recebíveis (Quais os perigos e vantagens de antecipar os recebíveis?): a instituição financeira empresta o dinheiro necessário ao empreendedor na hora por meio de títulos de crédito chamados de "duplicatas", em troca de uma taxa embutida no valor.

Porém, esse é um processo que costuma ser complexo: o empréstimo pode demorar dias para ser aprovado, após muita burocracia.

Para resolver esse problema que a TrustHub foi lançada: a fintech promete dar a antecipação de recebíveis para pequenas e médias empresas em até duas horas. O serviço aposta em um processo de verificação online do requerente do crédito, por meio de algoritmos.

Como funciona?

A TrustHub é um braço da gestora de recursos de terceiros SRM, uma asset multinacional com 20 escritórios espalhados por Brasil, Chile e Peru. A empresa possui uma base de 10 mil clientes, sendo que de 3 a 5 mil são ativos. A carteira é de 1 bilhão de reais em ativos, girados de cinco a seis vezes por ano.

A SRM dá antecipação de recebíveis clientes grandes, com acima de 30 milhões de reais em faturamento anual. Porém, havia uma grande parcela de clientes que faturavam abaixo desses 30 milhões de reais e não conseguiam ser atendidos.

“Nós criamos a TrustHub para atender a grande demanda desse outro nicho de clientes, partindo de 100 mil reais por ano de faturamento”, explica Alexandre Góes, diretor de meio de pagamento da TrustHub. “Há uma carência de atendimento a esse perfil de cliente no mercado. Na época de crise econômica, os bancos recolhem o crédito aos menores.”

Ainda que a plataforma da TrustHub tenha começado a funcionar neste mês, os testes ocorrem há um ano com clientes de longa data. Os sócios são os mesmos da SRM, mas as empresas possuem CNPJs e estruturas totalmente separadas.

Como o negócio consegue fazer a antecipação de crédito em poucas horas? Por meio de um autoatendimento 100% online, sem tráfego nenhum de papel, afirma Goés.

O dono da micro, pequena ou média empresa acessa o site da TrustHub e faz seu cadastro. Com isso, ele consegue subir as documentações necessárias, como cadastro em instituição financeira, comprovante de sede da empresa e de residência, contrato social da empresa, CPF e identidade. Também faz o upload de suas notas fiscais a receber na plataforma das TrustHub – ou seja, o valor pedido para antecipação de recebíveis.

Se todos os documentos estiverem regularizados, em até duas horas o crédito está na conta do empresário. “Temos como diferencial um algoritmo próprio de análise comportamental do cliente: cada operação é analisada de forma pontual, o que gera taxas diferenciadas para cada empreendedor. Analisamos qual o tempo de vida da empresa, segmento e sócios. Além de trazermos taxas diferenciadas, a velocidade de recebimento do dinheiro também é fundamental”, diz Góes.

A TrustHub antecipa o crédito para empreendedores em troca de “duplicatas”, títulos de crédito emitidos para cobrança em prazo 30/60/90 dias, por exemplo. Além de receber a taxa cobrada pela antecipação de recebíveis, que vai de 0,5% a 10% ao mês, a cada duplicata quitada a TrustHub consegue reinvestir o valor, ampliando seu faturamento. Os pedidos de antecipação de recebíveis variam entre mil e dez mil reais.

A TrustHub imagina, nos três primeiros meses, atender mais de 10 mil empresas – e o final do ano pode dar um empurrão ao serviço, já que os empreendedores possuem gastos geralmente imprevistos com décimo terceiro e férias de funcionários. “Isso acaba tendo um grande impacto nas empresas, que têm de depositar tais valores de forma antecipada”, diz Góes.

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