Murilo Bassora, Daniel Gomes e Nicolas Arellaga, cofundadores da Nexoos (Nexoos/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 11 de abril de 2021 às 15h00.
Uma das fintechs pioneiras no Brasil na modalidade de crédito entre pessoas (peer to peer lending), a Nexoos chegou esta semana à marca de 500 milhões de reais emprestados para pequenas empresas na sua plataforma. A soma foi acumulada desde que a empresa começou a operar no país, em 2016.
“Nós gostamos de celebrar marcos e estamos muito felizes. Ter chegado a este patamar dá motivação para todo nosso time perseguir a marca de 1 bilhão de reais”, diz o cofundador e presidente da Nexoos, Daniel Gomes.
Dona de um marketplace que conecta investidores a pequenas empresas que buscam melhores condições de crédito, a fintech foi impulsionada pela pandemia de coronavírus. Sem muitas reservas financeiras e com a queda de receita recorrente, milhares de pequenos negócios brasileiros viram no crédito a única saída para sobreviver durante a crise.
Só em 2020, a Nexoos transacionou 200 milhões de reais na sua plataforma. Além do seu modelo tradicional de empréstimos, a fintech participou de programas de crédito criados pelo governo e outras instituições de apoio ao empreendedorismo. Um deles foi o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), criado pelo governo federal, que resultou em mais de 85 milhões de reais transacionados pela plataforma da empresa.
Além disso, a fintech lançou um novo produto de crédito com serviço em que fecha parcerias com grandes empresas para fornecer empréstimos para pequenos negócios de suas cadeias produtivas. Um dos clientes nessa modalidade foi a rede de shoppings Partage Empreendimentos, que usou a plataforma da Nexoos para oferecer crédito aos lojistas.
Mas nem todos os meses foram fáceis. No segundo trimestre do ano passado, com a chegada da pandemia ao país, os mais de 70.000 investidores que usam a plataforma ficaram retraídos. O volume investido só voltou aos patamares anteriores a partir da segunda metade do ano.
“Houve o aumento de 1% na inadimplência das pequenas empresas, o que reduziu a rentabilidade média de 15% para 14% ao ano para os investidores. Mas diante de um cenário de taxa básica de 2,75%, ainda é um retorno interessante. O apetite não diminuiu”, diz Gomes.
No total, a Nexoos aumentou seu faturamento anual em 30% em 2020 e tem metas ambiciosas para 2021: crescer a operação na casa dos 200% ao ano. “No ano passado, a gente construiu os pilares da empresa para este novo momento. Agora, precisamos ganhar escala e estamos convictos de que conseguiremos crescer muito em 2021”, afirma o cofundador.