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Fintech criada por brasileiros no Vale do Silício já vale US$ 2,6 bilhões

O Brex, negócio de cartões corporativos para startups, levantou mais 100 milhões de dólares de investidores

Pedro Francheschi e Henrique Dubugras: eles criaram o Brex como um "banco para  startups" (Brex/Divulgação)

Pedro Francheschi e Henrique Dubugras: eles criaram o Brex como um "banco para startups" (Brex/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 11 de junho de 2019 às 11h33.

Última atualização em 11 de junho de 2019 às 11h47.

O paulista Henrique Dugubras e o carioca Pedro Franceschi não só criaram uma fintech no Vale do Silício, conhecido como a “meca das startups” -- mas também se firmaram como um unicórnio, ou startup avaliada em um bilhão de dólares ou mais, ainda mais valioso.

Seu negócio, a solução de cartões corporativos para startups Brex, anunciou em comunicado à imprensa uma continuação de 100 milhões de dólares em sua rodada série C. Com isso, seu valuation se firmou em 2,6 bilhões de dólares.

Não é o primeiro investimento no Brex. O negócio, criado em março de 2017, começou com uma aceleração na prestigiada Y Combinator, nos Estados Unidos -- e já atende metade das startups que passam pelo programa. Um mês depois, recebeu um aporte de 7 milhões de dólares. Em abril de 2018, captou 50 milhões de dólares. Em outubro do mesmo ano, o Brex recebeu 125 milhões de dólares e se tornou um unicórnio.

Com o novo aporte, a fintech afirma ter captado 315 milhões de dólares em investimentos e outros 100 milhões em financiamentos de dívidas.

O aporte foi liderado pelo Kleiner Perkins Digital Growth Fund, com participação dos já investidores Y Combinator Continuity, GreenOaks Capital, IVP, Ribbit Capital e DST Global. 

Histórico

Em 2013, os estudantes de ensino médio Henrique Dugubras e Pedro Franceschi fundaram a Pagar.me. Após três anos, já com mais de 100 funcionários e 1,5 bilhão de dólares transacionados para empresas como Magazine Luiza, a Pagar.me foi adquirida pela Stone Pagamentos por um valor não divulgado.

No mesmo ano, eles foram estudar na Universidade de Stanford. Viram como colegas empreendedores não conseguiam obter cartões de crédito corporativo com os bancos tradicionais. Largaram Stanford em menos de um ano para se dedicar à criação de um negócio que cobrisse essa falha de mercado. Assim nascia o Brex, em março de 2017, no Vale do Silício.

A Brex se diferencia por olhar os investimentos recebidos e o fluxo de caixa das startups na hora de conceder cartões de crédito. Bancos tradicionais se baseiam no histórico financeiro das empresas e dos indivíduos — no caso de jovens imigrantes, como os próprios Dugubras e Franceschi, tais dados inexistem. Os cartões da Brex chegam ao cliente em poucos dias, com um limite de dez a 20 vezes maior do que o oferecido pelos de bancos e há facilidades como envio de recibos por foto e navegação intuitiva dos extratos.

Expansão de 100 milhões de dólares

O Brex afirmou que os novos recursos serão usados para melhorar sua solução de cartões corporativos adaptados a diversas verticais de negócio. Além de startups, o negócio lançou em fevereiro deste ano um cartão de crédito específico para comércios eletrônicos. Hoje, o setor representa um terço das receitas da fintech.

Os novos 100 milhões de dólares serão usados para expandir ferramentas de controle de custos; para melhorar o programa de recompensas, criado em outubro do ano passado; e para adquirir mais consumidores.

Segundo o site americano TechCrunch, os novos 100 milhões de dólares serão usados também como uma reserva de emergência em caso de imprevistos financeiros. No mundo das fintechs, mais dinheiro é um escudo para defender a mesma segurança vista nos grandes bancos. Se quiser captar mais clientes relevantes, o Brex precisa se aproximar um pouco das estratégias dos bancões.

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