Léo Mendes e Igor Senra, sócios-fundadores do banco digital Cora, dedicado a PMEs (Cora/Divulgação)
Marcelo Sakate
Publicado em 8 de outubro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 8 de outubro de 2020 às 08h05.
O universo de pequenas e médias empresas (PMEs) começa a ganhar cada vez mais alternativas aos bancos tradicionais. A novidade da vez é a fintech Cora, que acaba de receber aprovação do Banco Central para oferecer uma conta digital para pessoas jurídicas e de acertar uma parceria de inovação com a Visa para um cartão associado à conta.
"Com a licença, teremos um ganho de escala mais rapidamente ao oferecer uma experiência de conta completa para os empreendedores", afirma Igor Senra, presidente e cofundador da Cora, que foi ao mercado há seis meses. A fintech oferecia até então serviços como emissão de boletos, transferências e pagamentos de contas e impostos.
Inicialmente, o cartão terá apenas a função débito, mas o plano do banco digital é oferecer a modalidade de crédito nos próximos meses.
O objetivo, diz Senra, é que não seja um cartão convencional: a fintech aposta na inovação como diferencial no mercado. O cartão funcionará também dentro do aplicativo e poderá ter adicionais com diferentes perfis, incluindo a customização de limites de uso e outras restrições. Outro plano é oferecer mais de uma data de vencimento no mesmo mês.
"Investimos pesado em tecnologia própria e na experiência do cliente. O produto está sendo constantemente melhorado pelos feedbacks recebidos. Nossos clientes estão nos ajudando a criar a experiência que eles querem em serviços financeiros", explica o cofundador.
“O cartão não é mais apenas o meio de pagamento. Temos que atender às necessidades e oferecer uma experiência bacana para os clientes”, diz Eduardo Abreu, vice-presidente de Novos Negócios da Visa.
Senra e Léo Mendes fundaram a Cora no ano passado. Em dezembro, com a fintech ainda em fase beta -- para testes em ambiente fechado --. receberam um elevado aporte de 10 milhões de dólares como capital seed (semente) liderado pela Kaszek Ventures e com participação da Ribbit Capital, uma das maiores investidoras em fintechs do mundo.
"O pequeno empreendedor é mal-atendido no país, não tem uma boa experiência como cliente. Nosso objetivo foi criar um banco dedicado a esse público", conta Senra, que vivenciou muitas das dores dos pequenos e médios empresários na sua startup anterior.
Senra e Mendes cofundaram a Moip, uma das primeiras empresas de pagamento online do país, em 2007. E tiveram mais de uma década de contato com pequenas e médias empresas. A Moip foi vendida em 2016 para a gigante alemã Wirecard. Senra e Mendes permaneceram mais dois anos, antes de se desligarem para tocar seus novos planos.